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Febraban defende Pix contra EUA: Sistema favorece competição

Defesa Pix EUA

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) manifestou-se vigorosamente nesta sexta-feira (18) em defesa do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Brasil. A entidade refutou as críticas provenientes dos Estados Unidos, enfatizando que a plataforma nacional é intrinsecamente aberta e, por consequência, estimula a competitividade no mercado de pagamentos brasileiro. De acordo com a Febraban, a estrutura do Pix é não discriminatória, abrigando a participação de diversas entidades, incluindo bancos tradicionais, fintechs e instituições financeiras, tanto nacionais quanto estrangeiras, o que demonstra sua natureza inclusiva.

Pix: Um Modelo Aberto e Competitivo

A Febraban delineou em sua nota que o Pix é, em sua essência, uma infraestrutura pública de pagamento e não deve ser confundido com um produto comercial. Este posicionamento é crucial, pois, segundo a entidade, essa característica fundamental fomenta a concorrência e assegura o bom funcionamento de todo o ecossistema de pagamentos, o que, por sua vez, beneficia diretamente a atividade econômica do país. Além disso, a federação reiterou que o modelo do Pix é totalmente aberto, o que significa que não existem restrições significativas para a adesão de novos participantes.

Portanto, qualquer instituição, independentemente de seu porte ou origem, pode integrar o sistema, desde que opere dentro do mercado nacional. É importante ressaltar, ainda, que o Pix é um sistema de pagamentos local, operando exclusivamente em reais, a moeda oficial brasileira. Essa especificidade local visa garantir a segurança e a fluidez das transações domésticas, ao mesmo tempo em que oferece uma plataforma robusta para a inovação no setor financeiro.

O Contexto da Investigação dos EUA

O Pix tem sido um dos focos de atenção dos Estados Unidos, que iniciaram uma investigação na última terça-feira (15) contra o que consideram “práticas comerciais desleais” por parte do Brasil. As críticas norte-americanas ao sistema de pagamento instantâneo do Brasil podem ser compreendidas sob a ótica da concorrência de mercado. Por um lado, o sucesso e a ampla adoção do Pix representam um desafio para plataformas como o WhatsApp Pay e para as grandes bandeiras de cartão de crédito predominantemente norte-americanas.

Por outro lado, o Pix também se tornou uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais, o que levanta preocupações comerciais para os EUA. A medida foi formalmente anunciada pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, em um documento intitulado “Investigação da Seção 301 sobre Práticas Comerciais Desleais no Brasil”. Embora o documento não mencione diretamente o Pix pelo nome, ele faz referência aos “serviços de pagamento eletrônico do governo”, o que, consequentemente, inclui a iniciativa brasileira.

Esclarecimentos e Expectativas da Febraban

A Febraban expressou sua convicção de que a observação feita pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) decorre, em grande parte, de uma informação incompleta sobre os objetivos e o funcionamento prático do Pix. Nesse sentido, a entidade manifestou uma boa expectativa de que, no âmbito do sistema de audiência pública aberto pelo USTR, contribuições substanciais serão apresentadas.

Essas contribuições virão do Banco Central do Brasil, dos membros do sistema bancário brasileiro e até mesmo dos bancos americanos que operam no país. O intuito é que esses esclarecimentos auxiliem na compreensão e na dissipação das restrições e preocupações levantadas no documento inicial do órgão estadunidense, pavimentando o caminho para um entendimento mais aprofundado e justo sobre a natureza do Pix e seu impacto no mercado.

Características e Abrangência do Pix

O Pix é um meio de pagamento acessível a todos os residentes no Brasil, sejam eles cidadãos brasileiros ou estrangeiros, pessoas físicas ou jurídicas. O único requisito para a sua utilização é a posse de uma conta ativa em um banco, uma fintech ou uma instituição de pagamento autorizada. Em relação aos custos, a ferramenta é gratuita para as pessoas físicas. Entretanto, taxas podem ser aplicadas para empresas, sem que haja qualquer distinção ou discriminação entre empresas brasileiras e estrangeiras, mantendo a igualdade de condições para todos os participantes do mercado.

Atualmente, a plataforma do Pix demonstra uma capilaridade impressionante, com 168 milhões de usuários ativos em todo o território nacional. Ademais, o volume de transações financeiras realizadas por meio do sistema é substancial, movimentando aproximadamente R$ 2,5 trilhões a cada mês. Em suma, esses números robustos solidificam a posição do Pix como uma ferramenta de pagamento essencial e de grande impacto na economia brasileira, reforçando a defesa de sua natureza competitiva e inclusiva.

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