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Fávaro vê no Brics esperança de normalizar comércio e critica EUA

O ministro Carlos Fávaro criticou neste domingo as medidas protecionistas dos EUA, defendendo na cúpula do Brics o grupo como esperança para normalizar o comércio mundial.
Oportunidades comerciais Brics
Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, fez duras críticas às medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos, posicionando o Brics como uma força central para a normalização do comércio global. Durante a cúpula do bloco, realizada neste domingo, ele defendeu que a aliança de 11 países, ao promover o multilateralismo, surge como uma esperança para a estabilidade das trocas comerciais internacionais, que têm sido afetadas por barreiras unilaterais.

Críticas ao Protecionismo e Defesa do Livre Comércio

Em seu pronunciamento, Fávaro argumentou que a imposição de sobretaxas e outras formas de protecionismo é prejudicial para a economia mundial, especialmente no setor de alimentos. Segundo o ministro, taxar as exportações alimentícias equivale a onerar o combate à fome, resultando no encarecimento da comida em escala global. Nesse sentido, ele destacou o papel fundamental do Brics, que representa quase metade da população do planeta, como uma plataforma para defender um sistema comercial mais aberto e justo.

Além disso, o ministro apontou o que considera uma contradição na política norte-americana. Ele ressaltou que, enquanto o governo dos Estados Unidos, frequentemente descrito como liberal na economia, implementa medidas protecionistas, o governo progressista do Brasil se posiciona como um forte defensor do livre mercado e do multilateralismo. Portanto, Fávaro apresentou a postura brasileira como um rumo correto e um exemplo para o mundo, utilizando o Brics como principal fórum para essa articulação.

Gestão da Gripe Aviária e Esforços para Reabertura de Mercados

Posteriormente, Carlos Fávaro abordou a eficiência do Brasil no controle de um surto de gripe aviária. Ele detalhou que o caso foi contido em uma única granja, levando ao abate de apenas 17 mil aves. Em contrapartida, o ministro comparou a situação com a dos Estados Unidos, onde a doença resultou no sacrifício de 170 milhões de animais. Essa gestão eficaz, segundo ele, demonstra a robustez dos protocolos sanitários brasileiros.

Entretanto, apesar do sucesso no controle da doença, o Brasil ainda enfrenta barreiras comerciais. Dos mais de 20 mercados que impuseram restrições à carne de frango brasileira, nove ainda mantêm os embargos, incluindo parceiros importantes como a União Europeia e a China. Fávaro relatou ter aproveitado uma reunião bilateral entre o presidente Lula e o primeiro-ministro chinês para solicitar uma reavaliação da medida. Conforme o ministro, a autoridade chinesa demonstrou estar ciente do caso e afirmou que os protocolos estão sendo analisados para uma rápida retomada das importações.

Novas Oportunidades Comerciais Impulsionadas pelo Brics

As relações diplomáticas fortalecidas no âmbito do Brics já estão gerando resultados concretos para o agronegócio brasileiro. Um exemplo disso, conforme anunciado por Fávaro, foi a abertura do mercado da Indonésia para a carne bovina do Brasil. Ele celebrou o envio da primeira carga de carne para o país asiático, descrevendo-o como um mercado extremamente vantajoso e estratégico.

Em conclusão, o ministro enfatizou que essa conquista comercial é um reflexo direto das oportunidades criadas pela cooperação dentro do bloco. A abertura de novos mercados como o da Indonésia não apenas expande o alcance do agronegócio nacional, mas também reforça a importância do Brics como uma plataforma que gera prosperidade e desenvolvimento para seus membros, validando a estratégia brasileira de apostar no multilateralismo e no diálogo constante com parceiros globais.

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