O ministro Edson Fachin, atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu enfaticamente, nesta segunda-feira (6), a construção de uma sólida cultura democrática e a proteção intransigente da Constituição Federal como ferramentas cruciais para barrar qualquer tentativa de retorno ao autoritarismo no Brasil. As declarações do magistrado ganham relevância em um cenário político dinâmico, sublinhando a importância da vigilância cívica e institucional.
A Defesa da Carta Magna no Aniversário da Constituição
As afirmações de Fachin foram proferidas durante a cerimônia de encerramento de um evento significativo, que marcou os 37 anos da promulgação da Constituição de 1988, conhecida como a “Constituição Cidadã”. Nesta ocasião, o presidente do STF ressaltou a imperiosa necessidade de sustentar e defender ativamente os princípios e garantias estabelecidos na Carta Magna brasileira. Ele enfatizou que a presença do tribunal se manterá firme, em 2026 e nos anos vindouros, justamente para garantir que a Constituição funcione como um anteparo inegociável contra qualquer investida autoritária.
Contudo, segundo Fachin, a resistência constitucional não se limita apenas ao seu texto legal. Em suas palavras, uma Constituição verdadeiramente robusta e duradoura emerge não apenas do arcabouço jurídico, mas primordialmente de uma cultura democrática vibrante que a apoia e a protege cotidianamente. Dito de outra forma, a participação cidadã e o engajamento com os valores democráticos são tão vitais quanto a própria letra da lei para assegurar a perenidade do regime.
Pilares Essenciais para a Estabilidade Democrática
Além da salvaguarda constitucional, o ministro Fachin destacou outros pilares fundamentais para a manutenção da democracia no país. Primeiramente, ele advogou pela separação “real e equilibrada” dos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – como um mecanismo indispensável de freios e contrapesos. Ademais, defendeu a manutenção das Forças Armadas sob a autoridade incontestável do poder civil, um princípio basilar em qualquer democracia consolidada.
Ainda assim, não menos importante, Fachin reiterou a exigência de eleições livres e justas no país, assegurando a legitimidade dos processos eleitorais e a soberania popular. Em um complemento às suas observações, ele sublinhou que a força de uma Constituição reside não apenas na potência de suas palavras, mas, crucialmente, na consciência de um povo que reconhece esses preceitos como seus próprios. Consequentemente, a memória histórica e a vigilância social emergem como o “cimento invisível” que sustenta as liberdades democráticas, prevenindo o esquecimento e a complacência que poderiam abrir caminho para retrocessos.
O Papel de Fachin na Presidência do STF
Estas declarações de peso ocorrem logo após o ministro Edson Fachin ter assumido, na semana anterior, a presidência do Supremo Tribunal Federal. Seu mandato à frente do Poder Judiciário estender-se-á até o ano de 2027, um período no qual suas posições sobre a defesa da democracia e da Constituição deverão guiar as ações e decisões da mais alta corte do país. Portanto, sua liderança se projeta como um elemento central na promoção e salvaguarda dos princípios democráticos, em um momento que exige constante atenção e comprometimento com as instituições.
Em suma, as falas do presidente do STF reforçam a ideia de que a democracia não é um estado adquirido permanentemente, mas um processo contínuo que demanda engajamento cívico, institucional e uma inabalável defesa dos valores constitucionais. Dessa forma, a vigilância constante e a educação para a cidadania se apresentam como as verdadeiras garantias contra as ameaças ao Estado de Direito.