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EUA retiram tarifas de alimentos importados de Argentina, Equador, Guatemala e El Salvador

EUA retiram tarifas de alimentos importados de Argentina, Equador, Guatemala e El Salvador como parte de acordos para maior acesso a mercados e potencial redução de preços.
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Foto: Reuters/Evelyn Hockstein/proibida reprodução

Os Estados Unidos anunciaram a remoção de tarifas sobre uma seleção de alimentos e outros produtos importados da Argentina, Equador, Guatemala e El Salvador. Esta medida faz parte de acordos comerciais estratégicos que visam expandir o acesso das empresas americanas a esses mercados. A expectativa é que essa iniciativa contribua para a diminuição dos preços de itens essenciais como café e bananas, beneficiando diretamente os consumidores norte-americanos, conforme declarado por uma alta autoridade do governo Trump.

Detalhamento dos Acordos e Impacto Econômico

Os acordos-quadro com a maioria dos países envolvidos estão em processo de finalização, com previsões de conclusão nas próximas duas semanas, e a possibilidade de novos acordos serem fechados ainda este ano. O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, destacou na última quarta-feira, 12, que anúncios “substanciais” seriam feitos em breve, com o objetivo de reduzir o custo de vida no país, especialmente o preço de alimentos básicos. Essa política surge em um momento de forte pressão política sobre a administração Trump, após resultados eleitorais desfavoráveis aos republicanos, onde a acessibilidade econômica foi um tema central. Os republicanos têm atribuído os aumentos de preços às políticas implementadas pelo governo anterior, em contraste com as tarifas abrangentes impostas por Trump.

Vitórias democratas recentes em estados como Nova Jersey, Nova York e Virgínia foram parcialmente impulsionadas por preocupações dos eleitores com o alto custo de vida. Economistas apontam que as tarifas de importação, que afetaram uma vasta gama de países durante a gestão Trump, contribuíram para essa inflação. Paralelamente a esses acordos alimentícios, as autoridades americanas mantêm conversas “bastante construtivas” com outras nações da América Central e do Sul, visando a concretização de mais acordos comerciais até o final do ano. Inclusive, negociações comerciais com a Suíça e Taiwan, realizadas na quinta-feira, 13, também foram consideradas positivas.

Estrutura Tarifária e Benefícios Mutuos

Os acordos anunciados na quinta-feira preveem a manutenção de tarifas de 10% sobre a maioria dos produtos provenientes de El Salvador, Guatemala e Argentina, países com os quais os EUA detêm superávits comerciais moderados. Para o Equador, onde os EUA enfrentam um déficit comercial, a tarifa de importação será de 15%. Contudo, a principal vantagem desses acordos reside na eliminação das tarifas americanas sobre uma série de produtos que não são cultivados, extraídos ou fabricados nos Estados Unidos, como exemplificado pelo café e pelas bananas equatorianas. Tais acordos espelham modelos implementados com países asiáticos em outubro passado.

Estes novos acordos incluem compromissos mútuos de não impor impostos sobre serviços digitais de empresas americanas, além da já mencionada remoção de tarifas sobre produtos agrícolas e industriais dos EUA. Em suma, a autoridade explicou que, através dessas parcerias, o objetivo é manter tarifas existentes, conceder alívio tarifário seletivo e, crucialmente, abrir mercados estrangeiros de maneira sem precedentes para as empresas americanas.

Reações Internacionais e Perspectivas Futuras

A recepção por parte dos países envolvidos foi positiva. O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Pablo Quirno, expressou que a estrutura acordada “criaria as condições” necessárias para atrair investimentos dos EUA ao seu país, exaltando a “convicção” do presidente Javier Milei na concretização do acordo. Em conclusão, a estratégia americana de renegociar tarifas e buscar acesso a mercados parece estar em pleno andamento, com potenciais benefícios econômicos e políticos significativos tanto para os Estados Unidos quanto para seus parceiros comerciais.