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Estudo revela nova taxa de fertilidade necessária para evitar extinção humana

Pesquisa japonesa atualiza índice de fertilidade necessário e alerta para declínio populacional em vários países.
Número ideal de filhos por mulher sobe para 2,7, aponta
Foto: Freepik

Cientistas revisam cálculo para manter a população humana estável

Pesquisadores das universidades de Nagasaki e Shizuoka, no Japão, apresentaram um novo estudo que reformula o número ideal de filhos por mulher necessário para garantir a sobrevivência da população humana.

Durante décadas, especialistas consideraram o índice de 2,1 filhos por mulher como suficiente para manter a estabilidade populacional. No entanto, o novo estudo afirma que esse valor precisa subir para 2,7 filhos por mulher. A pesquisa foi publicada na revista científica PLOS ONE, em abril de 2025.

Modelo mais realista leva em conta a variabilidade da vida real

A antiga estimativa de 2,1 levava em consideração mortes precoces e a proporção de nascimentos entre meninos e meninas. No entanto, ela ignorava fatores como a decisão voluntária de não ter filhos, variações individuais de fertilidade e o acaso biológico.

Por isso, os cientistas decidiram aplicar o modelo matemático Galton-Watson, que simula a reprodução por várias gerações, incluindo elementos de aleatoriedade real.

Então, ao incluir esses elementos, os pesquisadores concluíram que a humanidade precisa de uma média maior de filhos por mulher para evitar um colapso populacional no longo prazo.

Fertilidade global está abaixo do novo índice

A descoberta vem em um momento em que a maioria dos países apresenta taxas de fertilidade muito abaixo do ideal. Em 2025, Coreia do Sul (0,87), Japão (1,30), Itália (1,29) e Estados Unidos (1,66) enfrentam índices preocupantes.

Além disso, as políticas públicas de incentivo à natalidade têm apresentado resultados limitados. Mesmo com benefícios fiscais, creches gratuitas e licenças prolongadas, muitas famílias ainda optam por ter poucos ou nenhum filho.

Segundo os autores, o fenômeno pode provocar a extinção de linhas familiares e o desaparecimento de culturas inteiras ao longo das próximas gerações.

Pesquisadores reforçam que ainda há tempo para reverter o cenário

Apesar da preocupação, os cientistas destacam que a humanidade ainda não caminha para a extinção, mas precisa agir agora para preservar a diversidade cultural e social.

Portanto, ampliar o debate sobre natalidade, qualidade de vida, equilíbrio de gênero e planejamento familiar torna-se essencial para o futuro da população mundial.