Nos últimos anos, o home office se consolidou como um modelo de trabalho eficiente e atrativo para empresas e funcionários. Mas, em 2025, cada vez mais empresas estão reduzindo o trabalho remoto ou adotando políticas híbridas para aumentar a produtividade e a integração das equipes.
Gigantes como Amazon e Dell já exigiram o retorno presencial de seus funcionários, e pesquisas apontam que as oportunidades de trabalho remoto estão diminuindo no mercado. A mudança reflete desafios como baixa interação entre equipes, insegurança sobre a produtividade e dificuldades no acompanhamento de novos funcionários.
Cresce a exigência pelo trabalho presencial
O movimento de retorno aos escritórios tem sido impulsionado por grandes empresas. Em 2024, a Amazon determinou a volta ao presencial e avisou que funcionários insatisfeitos poderiam procurar outro emprego. Já a Dell anunciou que colaboradores remotos não seriam considerados para promoções ou novas oportunidades internas.
Além disso, dados da consultoria JLL indicam uma redução na vacância de imóveis comerciais, especialmente em São Paulo, o que sugere uma maior ocupação dos escritórios. Ao mesmo tempo, o valor dos aluguéis comerciais subiu, refletindo a crescente demanda por espaços corporativos.
Home office ainda é valorizado, mas enfrenta desafios
Embora o trabalho remoto tenha se popularizado durante a pandemia, alguns desafios levaram empresas a reconsiderar essa modalidade. Segundo um levantamento da Mercer Brasil, gestores de recursos humanos apontam as seguintes dificuldades no modelo remoto:
- 76% têm insegurança sobre a produtividade dos funcionários.
- 66% mencionam excesso de reuniões.
- 51% afirmam que acompanhar iniciantes é um desafio.
- 61% citam dificuldades na liderança à distância.
- 52% acreditam que a cultura organizacional é prejudicada.
Apesar dessas questões, especialistas destacam que a falta de planejamento por parte das empresas também contribui para os desafios do trabalho remoto. Além disso, a cultura organizacional e o nível de maturidade dos funcionários influenciam a eficácia desse modelo.
Empresas adotam modelos híbridos como solução
Algumas empresas estão encontrando um equilíbrio entre o trabalho remoto e o presencial. O Nubank, por exemplo, permite home office, mas promove reuniões presenciais para reforçar a cultura corporativa. A D’OM, agência de publicidade, implementou um formato em que os funcionários trabalham presencialmente apenas no período da tarde, garantindo integração sem abrir mão da flexibilidade.
Outro exemplo é a Conta Simples, que, após um grande aporte financeiro, optou por expandir sua sede para fortalecer a cultura empresarial e aprimorar a colaboração presencial entre as equipes.
O futuro do trabalho: híbrido ou 100% presencial?
Apesar do aumento da ocupação dos escritórios, o home office não deve desaparecer completamente. A tendência aponta para um mercado cada vez mais híbrido, no qual empresas e funcionários buscam um equilíbrio entre flexibilidade e produtividade.
O modelo adotado por cada empresa dependerá de sua cultura organizacional, da necessidade de colaboração entre equipes e das preferências dos funcionários. Enquanto algumas companhias mantêm políticas flexíveis, outras veem no retorno ao escritório uma forma de fortalecer a integração e impulsionar resultados.