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Eleições 2026: TRE-RJ removerá seções de áreas controladas pelo crime

Para as eleições de 2026 no Rio, o TRE-RJ transferirá seções eleitorais de áreas dominadas pelo crime e buscará barrar candidaturas associadas a organizações criminosas.
TRE-RJ Eleições 2026 crime
Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou uma série de medidas estratégicas para as eleições de 2026, com o objetivo primordial de combater a influência do crime organizado e garantir a integridade do processo eleitoral. Em uma iniciativa proativa, o órgão planeja transferir seções eleitorais localizadas em regiões sob domínio criminoso e, adicionalmente, estabelecer mecanismos para barrar candidaturas com vínculos comprovados com organizações ilícitas. Essas ações visam assegurar um ambiente de votação seguro e livre de intimidações para todos os eleitores fluminenses.

Reforço da Segurança Eleitoral para 2026

A preocupação com a segurança e a transparência do pleito de 2026 impulsionou o TRE-RJ a antecipar sua atuação. Recentemente, o desembargador Claudio de Mello Tavares, vice-presidente e corregedor regional eleitoral, conduziu uma reunião crucial no Palácio da Democracia. Participaram deste encontro representantes de setores de inteligência das forças de segurança estaduais, bem como membros do Ministério Público e da Procuradoria Regional Federal. O propósito central da reunião foi iniciar uma coordenação integrada entre essas diversas entidades, focando em duas frentes principais de atuação contra a interferência do crime no processo democrático.

Primeiramente, as autoridades delinearam um plano para realocar seções de votação. Essa medida, portanto, é considerada essencial para proteger os eleitores. Além disso, a estratégia inclui o desenvolvimento de ferramentas de cooperação que permitirão à Justiça Eleitoral acessar informações sobre candidatos de maneira mais eficaz, prevenindo assim a eleição de indivíduos com ligações criminosas.

Mudança de Locais de Votação em Áreas de Risco

Uma das decisões mais significativas, e certamente impactantes para o eleitorado, é a transferência das seções eleitorais situadas em áreas controladas pelo crime organizado. Essa providência visa especificamente eliminar qualquer forma de pressão ou intimidação sobre os votantes, garantindo que possam exercer seu direito democrático com total liberdade e segurança. Para tal, o trabalho envolve a meticulosa atualização do mapeamento de risco que já foi empreendido para as eleições municipais de 2024. Adicionalmente, o TRE-RJ buscará concluir todas as alterações que, porventura, tenham permanecido pendentes daquela análise inicial.

Conforme destacado pelo órgão, o objetivo é criar um ambiente onde a escolha do cidadão não seja influenciada por fatores externos ilícitos. Por conseguinte, a segurança dos locais de votação é uma prioridade máxima. Este reposicionamento geográfico das seções demonstra o compromisso do Tribunal em assegurar que a logística eleitoral não seja um ponto vulnerável à atuação de grupos criminosos, mas sim um pilar de garantia para a lisura do processo.

Combate à Infiltração Criminal na Política

Paralelamente à realocação de seções, o TRE-RJ também foca em uma segunda e igualmente vital frente de ação: a prevenção da infiltração de criminosos nas esferas do poder político. Para isso, o Tribunal planeja instituir mecanismos robustos de cooperação entre os órgãos envolvidos. Estes mecanismos têm como propósito ampliar o acesso da Justiça Eleitoral a informações detalhadas sobre os candidatos, permitindo uma análise mais aprofundada e, consequentemente, a tomada de decisões em tempo hábil.

O objetivo é claro: impedir o registro de candidaturas de pessoas que possuam qualquer tipo de associação com o crime organizado. Conforme enfatizou o desembargador Claudio de Mello Tavares, a realidade de eleitores que votam sob coação é uma preocupação latente. Ele afirmou que “Temos eleitores que votam com medo, tamanha a influência e o poder dos criminosos em algumas áreas do Rio.” Ele detalhou ainda que o esforço se concentrará em modificar os locais de votação afetados por essa situação, com a diretriz de que o eleitor não precise se deslocar mais de 1,5 quilômetro de sua residência. Para o magistrado, “para mudar essa realidade, precisamos impedir que pessoas associadas a essas práticas entrem para a política”. Portanto, a colaboração entre as agências de inteligência e a Justiça Eleitoral se mostra fundamental para blindar o sistema político contra elementos indesejáveis.

Antecipação e Planejamento Contínuo

A realização desta reunião com mais de um ano de antecedência em relação às eleições de 2026 sublinha a seriedade e a natureza preventiva da estratégia do TRE-RJ. Essa antecipação permite um planejamento mais aprofundado e uma implementação cuidadosa das medidas. Ademais, o cronograma prevê novos encontros nos próximos meses. Tais reuniões serão essenciais para estabelecer diretrizes específicas, avaliar o progresso das ações planejadas e ajustar quaisquer detalhes que se mostrem necessários. Assim, a governança eleitoral busca garantir que as eleições de 2026 no Rio de Janeiro sejam um exemplo de democracia, segurança e liberdade, refletindo a vontade popular sem distorções criminosas.