Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader
Uma saída de campo diferente movimentou o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 306 Norte, na manhã desta terça-feira (27). Os alunos do 6º e 7º anos caminharam até um restaurante da quadra, a menos de 500 m da escola, para conhecer práticas sustentáveis no tratamento de resíduos sólidos do estabelecimento.
A visita ao projeto, chamado Méqui Sustentabilidade, foi guiada por professores e membros da Arapoti, organização sem fins lucrativos localizada no Guará, cuja missão é fomentar ideias sustentáveis que promovam valores socioambientais. A parceria entre o restaurante e a ONG vem implementando a ideia da prática educativa ambiental e sustentável para escolas públicas vizinhas ao restaurante na Asa Norte.
Durante a visita, os alunos aprenderam sobre o processo de transformação dos restos de alimentos em adubo (compostagem com minhocas) que será biofertilizante na horta do local. Eles também ouviram sobre a separação dos resíduos em recicláveis, orgânicos e não recicláveis da coleta seletiva e conheceram a colheita da horta construída na estrutura externa do restaurante. No final do passeio, a turma ganhou um lanche especial com direito a hambúrguer, batata e bebida.
“Gostei muito dessa ideia de produzir o que a gente come e aprendi que a sustentabilidade é muito importante para a nossa saúde”, contou o estudante Daniel Lima Silva, 11 anos. Para o morador do Condomínio Entrelagos, no Itapoã, a iniciativa vai servir de exemplo para ser aplicada em casa com a família. “Lá em casa tem plantação de maçã, mexerica, jabuticaba. Ganhei alface da horta e acho que seria legal plantar em casa também”, disse Daniel.
A visita escolar tem o intuito de aprimorar iniciativas sustentáveis já implementadas na escola. “Nós fizemos uma pequena composteira com anilhas de cimento e temos também uma aquaponia, que é um reservatório utilizado para produção de peixes e plantas, onde a planta limpa a água para o peixe e ele produz adubo para a planta. Tudo isso feito por meio de um sistema de recirculação”, explicou o professor de projetos Guilherme Moreira. “A ideia é pegar esse projeto amplo que vivenciamos hoje e aprimorá-lo ao que já vem sendo feito com os alunos”, finalizou.
No Méqui Sustentabilidade, todo o material descartado pelo restaurante tem uma destinação específica. Os orgânicos viram biofertilizantes para a horta. As caixas, copos e todo o material reciclável são destinados para as cooperativas de reciclagem. Até os materiais publicitários, como banners e propagandas em lona, são enviados às cooperativas e transformados em ecobags. Os alunos foram presenteados com as bolsas.
“O objetivo do instituto é levar a iniciativa para as escolas públicas, em especial, as unidades vizinhas ao restaurante. Trazer os alunos para conhecer a iniciativa de perto e como ela é implementada é algo gratificante para a gente”, conta o biólogo e professor do instituto Arapoti, Yago Floresta. “Temos quatro áreas de plantio, divididas em zonas 1, 2, 3 e 4, onde são plantadas hortaliças e ervas medicinais, além de lavanda, sálvia, manjericão, ervas aromáticas utilizadas para chás, rúcula, agrião e diferentes tipos de alface. A ideia é focar em fazer com que os alunos possam plantar e colher o seu próprio alimento”, finaliza.
A diretora do CEF 306, Ana Paula Salim, conta como a ideia de sustentabilidade é aplicada no cotidiano da escola: “A escola vem, ao longo dos anos, buscando incentivar a prática de sustentabilidade na vida dos alunos e professores. Temos projetos e atividades relacionados que ainda estão em fase de teste, como é o caso da composteira e da aquaponia, mas temos hábitos antigos também, uma vez que evitamos ao máximo o uso de copos descartáveis. Fizemos recentemente o plantio de girassóis na escola no início do ano, plantamos ipês no final de 2022. São várias iniciativas voltadas à temática.”
*Com informações da Secretaria de Educação
Fonte: Agência Brasília – https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2023/06/27/educacao-sustentavel-muda-a-rotina-de-alunos-de-escola-na-asa-norte/