O mercado financeiro brasileiro encerrou a semana sob forte influência das tensões comerciais globais, resultando na valorização do dólar e na queda mais acentuada da Bolsa de Valores desde 2022. O câmbio da moeda norte-americana apresentou um significativo avanço semanal, enquanto o principal índice acionário doméstico acumulou perdas expressivas, refletindo a aversão ao risco percebida pelos investidores.
Movimentação do Dólar no Cenário Semanal
O dólar comercial finalizou a sessão de sexta-feira, 11 de julho, negociado a R$ 5,548 para venda, exibindo uma modesta alta diária de 0,1%. No entanto, a performance da moeda ao longo da semana foi notavelmente mais dinâmica. Ao passo que a divisa subiu na maior parte do período de negociação, ela fechou a semana com uma valorização acumulada de 2,26%, demonstrando a força do dólar frente ao real. Durante a manhã da sexta-feira, por exemplo, a cotação chegou a alcançar o patamar de R$ 5,58 por volta das 11h. Posteriormente, uma leve desaceleração foi observada no período da tarde. Isso ocorreu porque diversos investidores aproveitaram o pico recente para vender a moeda, assim concretizando seus ganhos. Além disso, no acumulado do mês de julho, o dólar registra um aumento de 2,1%. Por outro lado, olhando para o panorama anual, a moeda norte-americana ainda apresenta uma desvalorização de 10,23% em 2025.
Desempenho da Bolsa de Valores e Fatores de Reação
Em paralelo, o mercado de ações vivenciou um dia de grande volatilidade. O índice Ibovespa, referência da B3, fechou a sexta-feira aos 136.171 pontos, com uma queda de 0,42%. Contudo, a sessão não foi unidirecional; o indicador chegou a recuar 0,89% por volta das 13h26, mas manifestou uma reação durante a tarde. Essa recuperação foi amplamente impulsionada pela valorização das commodities, que são bens primários com cotação internacional. Por conseguinte, esse movimento beneficiou sobremaneira as ações de empresas petrolíferas e mineradoras, que viram seus papéis ganharem fôlego. Em suma, com essa performance, a bolsa de valores registrou sua quinta sessão consecutiva de queda, culminando na pior semana desde dezembro de 2022. Ao final, o índice acumulou uma retração de 3,59% no período semanal, refletindo a cautela predominante entre os participantes do mercado.
Impacto das Tensões Comerciais no Cenário Global
A dinâmica dos mercados, tanto do câmbio quanto das ações, foi substancialmente influenciada pelo cenário internacional, especialmente pelas tensões comerciais. A valorização global do dólar foi acentuada após o governo Donald Trump anunciar a imposição de uma tarifa de 35% sobre produtos canadenses, medida que entrará em vigor a partir de 1º de agosto. Esse movimento específico no comércio internacional contribuiu para a diminuição da diferença de alta da moeda norte-americana em relação ao real, que havia se acumulado nos dias anteriores. Portanto, ao passo que o dólar se fortalecia globalmente em face da maioria das moedas, sua apreciação contra o real foi ligeiramente contida. Em conclusão, as ameaças de protecionismo e as disputas comerciais continuam a ser um fator preponderante, gerando incerteza e impactando diretamente as decisões de investimento em economias emergentes como o Brasil.