Edição Brasília

Dólar registra maior queda semanal desde agosto e fecha cotado a R$ 5,91

Alívio no mercado financeiro ocorre após divulgação de prévia da inflação e sinais positivos sobre acordo comercial entre Estados Unidos e China.
Dolar
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

Dólar acumula queda semanal expressiva

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (24) cotado a R$ 5,918, registrando sua quinta queda consecutiva. A moeda norte-americana recuou R$ 0,008 no dia, representando uma leve baixa de 0,13%. Apesar de oscilações ao longo do pregão, o câmbio atingiu o menor nível desde 27 de novembro, com a divisa acumulando queda de 2,42% na semana. Este foi o maior recuo semanal desde a segunda semana de agosto de 2024.

O movimento de queda foi intensificado pela venda de dólares no início da tarde, quando a cotação chegou a R$ 5,86. Entretanto, investidores aproveitaram os preços reduzidos para comprar a moeda, o que limitou a queda no final do dia.

Ibovespa oscila, mas encerra próximo da estabilidade

O mercado de ações apresentou forte volatilidade nesta sexta-feira. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em 122.447 pontos, com uma ligeira queda de 0,03%. Ao longo do dia, o índice alternou altas e baixas, refletindo tanto o cenário doméstico quanto os movimentos no mercado internacional.

Internamente, a divulgação da prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), gerou impacto na bolsa. Apesar de ter registrado desaceleração para 0,11% em janeiro – a menor para o mês desde a criação do real –, o índice ficou acima das expectativas do mercado, que projetava inflação zerada. Esse resultado aumentou as apostas de que o Banco Central poderá elevar a taxa básica de juros (Selic) mais do que o previsto, o que desestimula investimentos em renda variável.

Cenário internacional acalma mercados globais

No exterior, o dólar caiu frente a diversas moedas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar uma possível retomada das negociações comerciais com a China. Em entrevista à Fox News, Trump afirmou ter discutido com o presidente chinês, Xi Jinping, a possibilidade de um acordo comercial mais amplo entre os dois países.

A declaração foi bem recebida pelos mercados, que temiam um endurecimento nas relações comerciais com a China sob a nova administração dos Estados Unidos. O alívio internacional ajudou a impulsionar moedas emergentes, como o real, contribuindo para a desvalorização do dólar.

Perspectivas para os próximos dias

Analistas avaliam que a volatilidade deve continuar no mercado financeiro brasileiro, com atenção especial às decisões do Banco Central sobre a taxa de juros e aos desdobramentos da política monetária nos Estados Unidos. A tendência de valorização do real pode ser consolidada caso o cenário internacional permaneça favorável e a inflação interna seja controlada.