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Dólar cai para R$ 5,52 com possível acordo entre EUA e União Europeia

O dólar comercial fechou a R$ 5,52 nesta quarta-feira (23), impulsionado pelas expectativas de um acordo comercial entre EUA e União Europeia, atingindo o menor valor desde o início do mês.
Dólar cai acordo EUA UE
Foto: Reuters/Mike Segar/Proibida reprodução

O dólar comercial registrou uma significativa desvalorização frente ao real nesta quarta-feira (23), encerrando o dia cotado a R$ 5,52. Este movimento de baixa, que levou a moeda americana ao seu patamar mais reduzido desde o início do mês, foi impulsionado principalmente pelas elevadas expectativas de um possível acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia, além da concretização de um pacto semelhante com o Japão.

Cenário de Otimismo Impulsiona Mercados

Os mercados financeiros reagiram com entusiasmo às notícias de progressos nas negociações comerciais globais. A expectativa de um entendimento entre Washington e Bruxelas, somada ao recente acordo entre os Estados Unidos e o Japão, injetou otimismo nos investidores. Por conseguinte, o dólar experimentou uma queda acentuada, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, registrou uma valorização expressiva, ultrapassando os 135 mil pontos.

Durante o pregão, a cotação do dólar comercial, vendida a R$ 5,522, demonstrou um recuo de R$ 0,045, o que representa uma queda de 0,8%. A moeda americana oscilou entre períodos de alta e estabilidade ao longo da manhã. No entanto, o cenário mudou drasticamente após a divulgação de informações por diplomatas da União Europeia. Estes afirmaram que o bloco econômico se aproximava da formalização de um acordo comercial que incluiria uma “tarifa ampla” de 15% sobre os produtos europeus importados pelos Estados Unidos.

Dólar em Baixa e a Posição da Casa Branca

Ainda que o dia tenha sido marcado pela desvalorização do dólar, houve uma tentativa de moderação por parte das autoridades americanas. No início da noite de quarta-feira, Kush Desai, porta-voz da Casa Branca, caracterizou como “especulação” quaisquer reportagens sobre a iminência de um acordo com a União Europeia. Contudo, essa declaração foi feita após o fechamento dos mercados, e, portanto, não alterou o curso da sessão. Dessa forma, a moeda norte-americana consolidou seu menor valor desde 9 de julho, um reflexo direto do otimismo prévio que dominou o ambiente de negócios.

Apesar da retração do dia, a divisa americana acumula um avanço de 1,62% em julho. Entretanto, numa perspectiva mais ampla para o ano de 2025, o dólar exibe uma desvalorização de 10,65%. Essa flutuação destaca a sensibilidade da moeda a eventos geopolíticos e comerciais, especialmente aqueles que envolvem grandes potências econômicas. Além disso, a dinâmica do mercado de câmbio é constantemente influenciada por uma série de fatores internos e externos, incluindo políticas monetárias e o desempenho da economia global.

Recuperação na Bolsa e Fatores de Impulso

O mercado de ações também vivenciou um dia de notável alívio e ganhos. O índice Ibovespa, negociado na B3, encerrou as operações aos 135.368 pontos, registrando um aumento de 0,99%. Essa valorização foi largamente impulsionada pelo bom desempenho de papéis de instituições bancárias, companhias petrolíferas e empresas diretamente ligadas ao setor de consumo, evidenciando uma recuperação generalizada da confiança dos investidores nessas áreas.

Paralelamente, os investidores reagiram positivamente ao fechamento de um acordo comercial entre o governo do então presidente Donald Trump e o Japão, cujo anúncio ocorreu na terça-feira (22). Este pacto reforça a percepção de um ambiente comercial internacional mais estável. Adicionalmente, nações emergentes e exportadoras de matérias-primas, como o Brasil, beneficiaram-se de outra notícia relevante: a construção de uma gigantesca usina hidrelétrica na China. Este projeto prevê um aumento substancial na demanda por commodities, ou seja, bens primários com cotação internacional, o que, por sua vez, tende a impulsionar os preços desses produtos e beneficiar os países produtores. Consequentemente, o cenário global de comércio e demanda por recursos essenciais contribuiu para o bom humor dos mercados.

Com informações da Reuters.