O mercado financeiro brasileiro vivenciou um dia de notável otimismo nesta terça-feira, 12 de agosto, com o dólar registrando seu menor valor em mais de um ano, ao passo que a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) experimentou uma significativa ascensão. A moeda norte-americana encerrou o pregão negociada a R$ 5,38, um patamar não visto há mais de doze meses. Simultaneamente, o índice Ibovespa impulsionou-se, alcançando o nível mais elevado em mais de um mês, impulsionado por dados de inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Desvalorização do Dólar Impulsionada por Dados Internacionais
Nesta terça-feira, o dólar comercial finalizou o dia cotado a R$ 5,386, refletindo uma queda expressiva de R$ 0,058, equivalente a um recuo de 1,06%. Inicialmente, a cotação da moeda estadunidense manteve-se estável, entretanto, após a divulgação de importantes indicadores inflacionários tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, observou-se uma acentuada desvalorização. Posteriormente, o dólar fechou próximo às mínimas registradas ao longo da sessão.
Adicionalmente, este patamar representa o valor mais baixo para a moeda norte-americana desde 14 de junho de 2024, data em que também havia sido negociado a R$ 5,38. A cotação acumulou, portanto, uma retração de 3,82% no mês de agosto e uma desvalorização de 12,83% desde o início de 2025. Em um movimento paralelo, o euro comercial também experimentou uma forte baixa, recuando 0,46% e encerrando o pregão a R$ 6,28. De fato, esta cotação sitúa-se abaixo de R$ 6,30 pela primeira vez desde 13 de maio, evidenciando uma tendência de desvalorização em relação ao real.
A principal razão para essa queda global do dólar foi a divulgação da inflação ao consumidor nos Estados Unidos. O indicador registrou 0,2% em julho e 2,7% na projeção anualizada, ou seja, para os doze meses seguintes. Uma vez que esse dado se alinhou às expectativas do mercado, aumentaram consideravelmente as projeções de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, possa promover uma redução das taxas de juros na maior economia do mundo já em setembro. Consequentemente, a perspectiva de juros mais baixos em um mercado desenvolvido tende a diminuir a atratividade do dólar, incentivando investidores a buscar outras moedas ou ativos.
Ibovespa em Alta e Influência da Inflação Brasileira
O mercado de ações brasileiro também foi tomado por um notável otimismo durante a jornada. O índice Ibovespa, principal indicador da B3, fechou aos 137.914 pontos, com um avanço de 1,69%. Esse resultado solidificou o indicador em seu maior patamar desde 8 de julho, dia que antecedeu o anúncio de medidas tarifárias impostas pelo governo de Donald Trump.
Nesse sentido, a performance positiva da bolsa de valores foi diretamente impulsionada pela divulgação da inflação oficial brasileira. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 0,26% em julho, um número que veio abaixo das expectativas do mercado. Embora a bandeira vermelha na conta de luz tenha exercido uma pressão altista sobre o índice inflacionário, o resultado final surpreendeu positivamente. Em virtude dessa surpresa, houve uma consequente queda nos juros futuros, o que, por sua vez, tornou as ações mais atraentes para investidores e atraiu um maior fluxo financeiro para o mercado acionário.