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Dólar cai a R$ 5,56 e Bolsa sobe com alívio no mercado

Dólar cai a R$ 5,56 nesta segunda-feira (21) e Bolsa sobe com alívio no mercado internacional e ausência de novas tensões.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O mercado financeiro brasileiro vivenciou um dia de notável alívio nesta segunda-feira, 21 de julho, com a moeda norte-americana registrando uma queda significativa, fechando o pregão a R$ 5,56. Em sintonia com esse movimento, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) apresentou uma robusta valorização, impulsionada por um cenário internacional mais tranquilo, somado à ausência de novas tensões geopolíticas que pudessem abalar a confiança dos investidores.

Dólar Recua Diante de Alívio Global

O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,564, refletindo uma desvalorização de R$ 0,023, equivalente a 0,41%. A moeda americana deu início à semana em declínio, embora tenha se mantido acima da marca de R$ 5,55. Apesar de ter aberto o pregão a R$ 5,61, a cotação rapidamente inverteu sua trajetória nos primeiros instantes das negociações. Consequentemente, por volta das 13h, alcançou seu patamar mais baixo do dia, marcando R$ 5,55, antes de se estabilizar ligeiramente acima.

É relevante notar que, apesar da queda diária, a divisa norte-americana ainda acumula uma valorização de 2,39% ao longo do mês de julho. Entretanto, em uma perspectiva mais ampla, o dólar registra um recuo expressivo de 9,97% no acumulado do ano de 2025. Essa divergência entre o desempenho diário e os períodos mais extensos sinaliza uma volatilidade constante, mas com uma tendência geral de depreciação em relação ao real no médio e longo prazo.

Ibovespa Reage com Otimismo

Simultaneamente, o mercado de ações brasileiro experimentou uma recuperação vigorosa, sinalizando um renovado otimismo entre os investidores. O índice Ibovespa, principal indicador da B3, fechou o pregão atingindo 134.167 pontos, com um avanço notável de 0,59%. Este desempenho positivo marcou a retomada dos 134 mil pontos, um patamar importante para o mercado acionário nacional.

A ascensão do Ibovespa foi, em grande parte, impulsionada pelo bom desempenho de setores-chave da economia. Em particular, as ações de grandes bancos, empresas de mineração e siderúrgicas lideraram as altas, contribuindo significativamente para o índice. A demanda por esses papéis reflete a percepção de solidez e resiliência desses segmentos, mesmo em um ambiente global ainda incerto, e a confiança dos investidores na capacidade de recuperação corporativa.

Fenômeno da Realização de Lucros Impulsiona Queda do Dólar

A nível global, o dólar registrou um recuo generalizado após um período de valorização, um movimento em grande parte atribuído ao fenômeno da “realização de lucros”. Essencialmente, este processo ocorre quando investidores, após verem o valor de seus ativos (neste caso, o dólar) alcançar patamares elevados, decidem vendê-los para converter os ganhos em dinheiro. Este ajuste técnico de mercado não necessariamente indica uma mudança fundamental nas perspectivas econômicas, mas sim uma estratégia para consolidar retornos.

Em dias anteriores, a moeda norte-americana havia se fortalecido consideravelmente em meio à intensificação de uma guerra comercial, sobretudo em decorrência das medidas e políticas adotadas pelo governo do ex-presidente Donald Trump. Portanto, a recente desvalorização global do dólar pode ser vista como uma correção natural após um período de alta, impulsionada por fatores técnicos e pela busca por equilíbrio nos portfólios de investimento.

Distensão Comercial Acalma Investidores

A ausência de novas e significativas notícias relacionadas à crise comercial entre o Brasil e os Estados Unidos contribuiu decisivamente para a sensação de calma que permeou o mercado financeiro nesta segunda-feira. Essa pausa nas tensões proporcionou um ambiente mais previsível para os operadores.

Além disso, no cenário externo, os investidores demonstraram uma crescente convicção de que o governo Trump possivelmente alcançará um acordo com diversos países e blocos econômicos. Tal expectativa visa atenuar ou, em alguns casos, reverter a elevação de tarifas comerciais que caracterizou o período de maior atrito. Consequentemente, essa percepção de um horizonte menos conflituoso no comércio global incentivou a busca por ativos de risco, como ações, e diminuiu a demanda por moedas consideradas “porto seguro”, como o dólar, reforçando a tendência de queda observada.