A dieta carnívora tem ganhado popularidade nas redes sociais, prometendo perda de peso rápida e benefícios para o metabolismo. No entanto, especialistas alertam para os riscos desse tipo de alimentação restritiva, que exclui completamente vegetais, frutas e grãos.
Um estudo publicado na revista JAMA Cardiology, em janeiro de 2025, destacou um caso preocupante: um homem que seguiu a dieta por oito meses e apresentou níveis de colesterol cinco vezes acima do normal. Além disso, desenvolveu um quadro grave de xantelasma, uma condição em que depósitos de gordura se acumulam sob a pele.
Como funciona a dieta carnívora?
Esse modelo alimentar propõe o consumo exclusivo de carnes vermelhas, frango, peixe, ovos e laticínios, eliminando totalmente alimentos de origem vegetal. Os defensores da dieta alegam que ela melhora o metabolismo e reduz inflamações. No entanto, a ciência ainda não comprova esses benefícios de forma sólida.
Além disso, a ausência de fibras e carboidratos pode comprometer o funcionamento intestinal e a absorção de nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais.
Principais riscos para a saúde
🔹 Colesterol elevado e doenças cardiovasculares
O consumo excessivo de gorduras saturadas, presentes em carnes e laticínios integrais, aumenta os níveis de LDL (colesterol ruim). Isso pode levar ao acúmulo de placas nas artérias e elevar o risco de infarto e AVC.
🔹 Deficiência de nutrientes essenciais
A falta de vegetais, frutas e grãos reduz a ingestão de vitamina C, fibras e antioxidantes, essenciais para o equilíbrio do organismo. Casos de escorbuto, doença causada pela deficiência de vitamina C, já foram relatados entre adeptos da dieta.
🔹 Sobrecarga nos rins e fígado
Dietas ricas em proteínas exigem mais do funcionamento dos rins e do fígado, podendo levar a complicações como cálculos renais e sobrecarga hepática.
🔹 Desregulação intestinal
Sem fibras na alimentação, o intestino perde sua motilidade natural, causando constipação severa e alterações na microbiota intestinal, que podem impactar a imunidade.
Alternativa saudável: a Dieta Planetária
Enquanto a dieta carnívora exclui grupos alimentares essenciais, a Dieta Planetária, desenvolvida por cientistas da comissão EAT-Lancet, propõe uma abordagem equilibrada. Esse modelo sugere um consumo variado de frutas, verduras, legumes, grãos integrais, feijões e castanhas, reduzindo o consumo de carne de forma sustentável.
Estudos recentes indicam que essa abordagem pode diminuir o risco de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes, além de beneficiar o meio ambiente ao reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Conclusão
Embora a dieta carnívora pareça atraente para quem busca emagrecimento rápido, os riscos à saúde são altos. A restrição severa de alimentos pode causar doenças metabólicas, deficiências nutricionais e impactos cardiovasculares.
Uma alimentação equilibrada, que combina proteínas com fontes vegetais, é a melhor alternativa para a saúde a longo prazo. Antes de aderir a qualquer dieta, consultar um nutricionista é fundamental para garantir um plano alimentar seguro e adequado às necessidades individuais.