Este domingo (20), Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, é mais uma data no desafio pessoal de Rafael Souza, 36 anos. Se encerrar o dia em total abstinência, ele alcança seu objetivo de vencer um dia por vez. “O vício não tem cura. Se ficar sem tratamento, tenho a sensação de que estou bem e acabo no meio novamente”, conta.
Nos últimos anos, não lembra quantos, Rafael participa dos grupos terapêuticos promovidos pelo Centro de Atenção Psicossocial de Santa Maria, especializado no tratamento de casos de dependência de álcool e drogas, e por isso nomeado Caps AD. Ali, ele recebe apoio de profissionais de saúde e troca experiências com outros pacientes, como o Sandro Machado, 40 anos.
“As famílias muitas vezes não têm o entendimento de que a dependência é uma questão de saúde”, explica a psicóloga Najara Pedrosa, do Caps AD de Santa Maria
Técnico em telecomunicações, Sandro trabalhava normalmente há poucos meses e lembra jamais ter imaginado um dia ser paciente do Caps AD. Porém, um pico de pressão alta o fez procurar a Unidade Básica de Saúde 1, de Santa Maria.
Dali, foi encaminhado ao setor de psiquiatria do Hospital Regional do Gama, onde a dependência do álcool foi identificada como a origem dos transtornos físicos e mentais. “Por pressão alta eu não sou impedido de trabalhar, mas pela psiquiatria, sim”, relata.
É diferente do caso da Camila* (nome fictício), 39 anos. Abusada sexualmente na infância, há décadas ela luta contra vícios. “Chegou uma hora em que conheci o cigarro, e aí começou tudo”, diz, se referindo ao álcool e posteriormente a drogas ilícitas.
Ela chegou a passar 16 anos livre da dependência, mas não aguentou a pressão no ano passado, ao descobrir que seus filhos também haviam passado pelo mesmo drama do abuso. “A gente quer ser forte, mas a parte patológica é muito importante”, afirma.
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Tratamento
De acordo com a psicóloga Najara Pedrosa, do Caps AD de Santa Maria, a dependência química é uma questão multifatorial, por isso a Secretaria de Saúde envolve diversas unidades no tratamento. Nos Caps, há grupos terapêuticos até para os familiares dos pacientes. “As famílias muitas vezes não têm o entendimento de que a dependência é uma questão de saúde”, explica.
A gerente da unidade, Adriana Câmara, ainda ressalta que nos Caps AD as pessoas que sentirem necessidade de ajuda podem encontrar suporte. “Tratamos a dependência, independentemente de qual seja a substância”, finaliza. A unidade funciona de segunda à sexta, das 7h às 22h, e atende pacientes acima dos 16 anos de idade, além dos seus familiares.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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