“Estamos falando de adolescentes que desenvolvem problemas de saúde por causa da gestação, abandonam a escola, não conseguem emprego e perdem o acesso à oportunidade de uma vida melhor”
– Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania
Fevereiro começou com um debate importante em todo o país: a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída por lei em 2019. No Distrito Federal, as ações serão distribuídas ao longo do mês, tendo como foco a conscientização de adolescentes e a capacitação de conselheiros tutelares e demais servidores que atuam com esse público. A campanha é promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Instituto de Educação, Esporte, Cultura e Artes Populares (Iecap).
“A melhor forma de prevenir a gravidez na adolescência é com educação, alertando tanto as meninas quanto os meninos sobre os impactos de uma gestação precoce em seu desenvolvimento”, afirma a titular da Sejus, Marcela Passamani. “Estamos falando de adolescentes que desenvolvem problemas de saúde por causa da gestação, abandonam a escola, não conseguem emprego e perdem o acesso à oportunidade de uma vida melhor. São muitas as consequências sociais e econômicas da gravidez na adolescência, que perpetuam um ciclo vicioso de pobreza e baixa escolaridade.”
Marcada para a próxima terça (8), a primeira atividade envolve um bate-papo presencial com adolescentes da Cidade Estrutural, no Centro da Juventude, das 20h às 21h30. Esse evento será promovido também com jovens de Samambaia no dia 17, das 14h às 15h30, no Centro da Juventude do local.
A programação inclui ainda a capacitação de conselheiros tutelares, servidores e integrantes da sociedade civil, que terão a oportunidade de participar de uma atividade online no dia 11. O evento será veiculado na plataforma Zoom e transmitido ao vivo no canal do UNFPA do YouTube, às 10h. Na ocasião, será apresentado o estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) sobre pontos relevantes que rodeiam a gravidez na adolescência.
Dados
Um estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) revela que o número de partos de mães adolescentes (entre 10 e 19 anos) ocorridos no DF diminuiu significativamente nos últimos anos, passando de 9.421, em 2000, para 5.266 em 2016. Em 2018, a proporção de partos de mães adolescentes no DF ficou em 10%, o menor índice do país. No Brasil, esse percentual era de 16%.
Perfil das mães adolescentes
De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) de 2018, 7.077 adolescentes de 14 a 19 anos eram mães, o que correspondia a 5,1% das meninas nessa faixa etária no Distrito Federal.
As regiões que concentravam os maiores percentuais de mães adolescentes eram Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião.
Em relação ao perfil étnico-racial, 81% eram negras. Além disso, 75% tinham renda familiar per capita de até meio salário mínimo, 69% não estavam no ensino formal e 17% estavam ocupadas no mercado de trabalho.
*Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania
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