O Distrito Federal se destaca como pioneiro no Brasil ao integrar exames genéticos para detectar câncer de mama, ovários e outros tumores hereditários no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa, desenvolvida pela Secretaria de Saúde (SES-DF), oferece gratuitamente o painel de genes à população. Caso o exame identifique alterações moleculares, o paciente receberá um acompanhamento personalizado para a prevenção e o diagnóstico precoce das neoplasias.
Um Avanço Importante
O assessor técnico do Laboratório de Biologia Molecular da Unidade de Genética (Ugen) do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), Claudiner Oliveira, enfatiza a importância do exame. “Os pacientes terão a oportunidade de obter um laudo genético e receber orientações preventivas específicas”, afirma. Esta medida atende à Lei nº 6.733, sancionada em 2020, que obriga a rede de hospitais da SES-DF a realizar testes de mapeamento genético para mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama.
Um Contexto Necessário
O câncer de mama é uma das principais causas de mortalidade entre mulheres no Brasil. Estima-se que mais de 73 mil novos casos sejam diagnosticados até 2025, resultando em aproximadamente 18 mil mortes. A vice-governadora Celina Leão ressalta que o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura. “Com este exame, estamos dando um passo importante na prevenção e no tratamento da doença”, destaca.
Tecnologia ao Alcance de Todos
O programa, que já iniciou a testagem, pretende atender 240 mulheres este ano. Essas cidadãs serão encaminhadas por especialistas da rede pública para a coleta de material genético. O processo de sequenciamento pode levar até 60 dias. Se identificada a susceptibilidade a doenças, será elaborado um programa de acompanhamento, incluindo exames regulares de imagem e bioquímicos. “Com isso, poderemos realizar o diagnóstico precoce do câncer, evitando mortes e propondo a cura”, afirma Gerson da Silva Carvalho, chefe da Unidade de Genética do HAB.
Investimentos e Capacitação
Para a implementação do exame, o GDF investiu cerca de R$ 600 mil na aquisição de equipamentos de sequenciamento de nova geração e insumos necessários. A máquina realiza a leitura das bases químicas do DNA e gera dados que são analisados pela equipe de genética. Recentemente, servidores do laboratório passaram por um treinamento para garantir um processo padronizado e eficiente. O médico geneticista David Uchoa enfatiza a relevância dessa capacitação, pois “ajuda a identificar alterações que podem auxiliar na prevenção e no diagnóstico precoce”.
Opiniões de Profissionais de Saúde
Carolina Amaro, auxiliar de Patologia Clínica, classifica o exame como um avanço significativo. “Trabalhar com sequenciamento genético para prevenção do câncer é incrível. Essa tecnologia representa um progresso enorme para a saúde pública”, ressalta.