Início do Programa de Gerenciamento de Sangue no DF
O Distrito Federal iniciou a implementação do Programa de Gerenciamento do Sangue do Paciente (PBM), uma metodologia inovadora que busca reduzir transfusões desnecessárias e aprimorar o cuidado aos pacientes. A portaria que formaliza o programa foi publicada no Diário Oficial do DF desta quinta-feira (2).
Coordenado pela Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), o PBM será aplicado inicialmente em quatro unidades-piloto: Hospital de Base do DF (HBDF), Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Hospital da Criança de Brasília (HCB).
O que é o PBM e Como Funciona
O PBM (Patient Blood Management) é uma abordagem multidisciplinar que coloca o paciente no centro do tratamento. O objetivo é diagnosticar e tratar a anemia precocemente, preservar o sangue do próprio paciente e utilizar transfusões apenas em casos indispensáveis.
Essa prática não apenas melhora os resultados clínicos, mas também evita desperdícios e aumenta a sustentabilidade do sistema de saúde. O PBM foi aprovado pela Assembleia Mundial da Saúde em 2010 e adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2011.
“Com essa metodologia, garantimos que o paciente receba o melhor cuidado, com menos riscos e complicações. Todos ganham, desde o sistema de saúde até os próprios pacientes”, afirmou a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio.
Primeiras Unidades a Adotar o Programa
A implementação inicial ocorrerá em quatro grandes hospitais do DF, que servirão como modelo para futuras expansões. A câmara técnica que coordenará o programa será presidida pelo médico hematologista Marcelo Jorge Carneiro, da FHB.
“Estamos consolidando uma abordagem moderna e eficaz para o uso de sangue em hospitais. Isso fortalece o sistema de saúde pública do DF”, destacou Carneiro.
O programa inclui a qualificação de profissionais de saúde para garantir o manejo adequado da anemia e a correta utilização de hemocomponentes.
Benefícios do PBM para Pacientes e Profissionais
A médica Lucila Baldiotti, referência distrital em anestesiologia, ressaltou a importância da identificação precoce de anemias e do uso de técnicas de preservação de sangue durante cirurgias.
“Em muitos casos, o próprio sangue do paciente é coletado antes ou durante a cirurgia, permitindo uma autotransfusão, o que reduz a necessidade de recorrer a doações de terceiros”, explicou Baldiotti.
Além de melhorar a segurança dos pacientes, o PBM otimiza recursos, contribuindo para manter os estoques de sangue nos hospitais sempre em níveis seguros.
Impacto e Expectativas para o Futuro
Com a adoção do PBM, o DF se alinha a outros estados que já implementaram essa metodologia, como São Paulo e Ceará. A expectativa é que a iniciativa modernize o gerenciamento de sangue nos hospitais locais, resultando em maior eficiência e melhor qualidade no atendimento.
“O PBM não é apenas uma estratégia para reduzir custos. Ele representa uma evolução no cuidado com o paciente e no uso consciente de recursos essenciais”, concluiu Marcelo Jorge Carneiro.