À frente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF) desde maio de 2022, a advogada Mariela Souza de Jesus ressalta a importância da gestão em saúde na manutenção de equipamentos para garantir o melhor atendimento à população do DF. Em entrevista à Agência Brasília, Mariela fala sobre o compromisso do IgesDF em garantir a melhor assistência aos pacientes, o que reforça a credibilidade do instituto. Ela destaca que os colaboradores do instituto estão constantemente em busca de atualização e capacitação. Acompanhe, abaixo, a entrevista.
AGÊNCIA BRASÍLIA – A sua formação é em direito. Por que aceitou a missão de dirigir o IgesDF?
Para contribuir com um dos maiores desafios do governo local: melhorar a saúde do DF, que atende não só os moradores da nossa cidade, mas também é referência para estados vizinhos e para o nosso país.
MARIELA SOUZA DE JESUS – Quais os maiores desafios da sua gestão?
Gerimos as 13 unidades de pronto atendimento [UPAs] do DF, além de dois gigantes, que são o Hospital de Base [HB] e o Hospital Regional de Santa Maria [HRSM]. Lidamos com casos graves e de urgência. Nossos maiores desafios são manter essas 15 unidades funcionando com excelência, com as contas em dia, os insumos necessários e os melhores colaboradores, capacitados e motivados para oferecer todos os dias o melhor possível aos pacientes.
AB – Qual a marca da sua gestão?
MSJ – Desde o início de minha gestão, me empenhei em realizar o pagamento dos fornecedores em dia e em sanar débitos do instituto, de acordo com nosso plano estratégico para negociação e quitação de dívidas. O objetivo foi não apenas resgatar a credibilidade do IgesDF, mas também garantir a melhor assistência aos pacientes.
AB – A senhora sempre fala em capacitação. O IgesDF busca incentivar a constante capacitação de seus colaboradores?
MSJ – Sem dúvida. Este é um dos pilares da minha gestão: fazer com que os colaboradores busquem constante atualização e capacitação. E também promover a educação e a inovação internamente, com palestras, cursos, seminários, além de diversas atividades. Em agosto, por exemplo, recebemos a visita do pesquisador Carlos Castillo-Salgado, professor doutor da Universidade Johns Hopkins, que também foi conhecer o Hospital de Base. Além da troca de experiências, conversamos sobre possíveis intercâmbios entre especialistas para fortalecer nossa atenção primária e nossos atendimentos hospitalares. Em novembro, promovemos o II Congresso de Inovação, Ensino e Pesquisa do IgesDF, que contou com quase três mil inscrições, entre participações presenciais e online.
“Nossos colaboradores estão sempre dedicados a oferecer o melhor atendimento às pessoas que buscam nossas unidades. Precisamos incentivá-los a olhar para si mesmos e se cuidarem também”
AB – O IgesDF promove campanhas internas para os colaboradores?
MSJ – Sim. Desde pequenas atividades até campanhas internas de comunicação e conscientização em datas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul. Digo sempre que devemos cuidar de quem cuida. Nossos colaboradores estão sempre dedicados a oferecer o melhor atendimento às pessoas que buscam nossas unidades. Precisamos incentivá-los a olhar para si mesmos e se cuidarem também. Isso é importantíssimo, e nós, gestores, temos o papel de promover e incentivar este autocuidado.
AB – Além disso, o IgesDF desenvolveu um programa chamado Acolher. Pode falar sobre essa iniciativa?
MSJ – Sim, me envolvi pessoalmente na concepção e implementação deste projeto, antes mesmo de assumir a presidência do instituto. O projeto Acolher, como o nome já diz, tem como objetivo receber o colaborador e cuidar de sua saúde mental e de sua qualidade de vida. Lidamos com profissões que trabalham sob forte pressão todos os dias – condições que foram agravadas pela pandemia. Precisamos, mais do que nunca, olhar, acolher e cuidar dos nossos colaboradores no dia a dia, fazendo o possível para melhorar suas condições de trabalho e de vida. Com o projeto, oferecemos atendimento psicológico e psiquiátrico, além de acupuntura e reiki. Os retornos que recebemos de quem é atendido são emocionantes. Queremos ampliar a atuação do programa e expandir a capacidade de atendimento.
AB – O IgesDF atua na gestão de unidades importantes quando se fala da saúde pública do Distrito Federal, certo?
MSJ – Sem dúvida. A começar pelas nossas 13 UPAs. São as unidades que funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, recebendo casos de urgência, emergência e de maior complexidade. Nossos profissionais fazem a triagem, estabilizam o paciente e buscam a transferência para os hospitais.
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AB – E o Hospital de Base e o HRSM?
MSJ – Eles são dois gigantes da saúde pública do DF. O Hospital de Base recebe casos de altíssima complexidade, é referência em politraumas, emergências cardiovasculares, neurocirurgia, cirurgia cardiovascular, ortopedia, oftalmologia, reumatologia, transplantes e oncologia. São 62 anos de história, com profissionais renomados, que fizeram do hospital uma referência para o DF, o Centro-Oeste e o país.
Já o Hospital Regional de Santa Maria é o segundo maior do Distrito Federal, com 22 especialidades, e recebe pacientes de toda a Região Sul [de Saúde], muitos vindos de Goiás. O hospital, que é referência também em cuidados de crianças e recém-nascidos, tem uma UTI neonatal e uma Unidade de Cuidados Intermediários para Recém-Nascidos (Ucin).
Como consequência, temos também um banco de leite que desenvolve um trabalho ininterrupto e importantíssimo para todas as moradoras da região. Lá desenvolvemos sempre campanhas de conscientização que são bastante relevantes. Como exemplo, posso citar duas recentes, como a de doação de leite materno e a de prevenção de câncer de boca.
“ O maior benefício do Programa de Uso Racional de Microbianos é a prescrição correta de antibióticos, algo tão fundamental para os pacientes e também para a saúde pública como um todo”
AB – O Hospital de Base já é referência quando se fala em trauma, mas os profissionais de lá são pioneiros em diversas áreas. A senhora pode falar sobre o Programa de Uso Racional de Microbianos?
MSJ – Nossos profissionais desenvolveram este programa devido a uma preocupação mundial sobre um dos dez maiores problemas de saúde pública atualmente: a resistência bacteriana. O alerta foi feito pela Organização Mundial da Saúde [OMS]. Ela ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas mudam com o tempo e não respondem mais aos medicamentos. O maior benefício do programa é a prescrição correta de antibióticos, algo tão fundamental para os pacientes e também para a saúde pública como um todo. Mais um exemplo de ação do Hospital de Base que poderá servir de exemplo para outras unidades de saúde do país.
*Colaboração: Assessoria do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF)
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