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Desmatamento no cerrado registra queda de 25,7% em 2023/2024

Dados do Inpe mostram que a redução marca um avanço nas ações de preservação ambiental no Brasil.
Desmatamento no cerrado
Foto: Thomas Bauer/Instituto Sociedade População e Natureza

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou, nesta quarta-feira (6), uma excelente notícia para o meio ambiente: o desmatamento no Cerrado teve uma queda significativa de 25,7% entre agosto de 2023 e julho de 2024. Esta é a primeira redução registrada em cinco anos, marcando um importante passo na preservação desse bioma essencial.

Redução do Desmatamento

Os dados revelam que a supressão da vegetação nativa no Cerrado somou 8.174 quilômetros quadrados (km²) no período. O levantamento foi realizado pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento no Cerrado por Satélite (Prodes Cerrado), que oferece alta precisão nas medições de desmatamento. Este resultado reverte a tendência de aumento que perdurou desde 2018.

Cerca de 76% do desmatamento ocorreu em quatro estados: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Esses estados formam o acrônimo Matopiba, que representa a principal fronteira agropecuária do Cerrado. No entanto, houve uma redução significativa no desmatamento nesses locais. A Bahia, por exemplo, registrou uma queda impressionante de 63,3%, seguida por Maranhão (15,1%), Piauí (10,1%) e Tocantins (9,6%).

Impacto Ambiental

A diminuição do desmatamento trouxe um impacto positivo na emissão de gases de efeito estufa. O governo federal estima que 41,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) deixaram de ser emitidas devido a essa redução. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, comemorou esses dados. “Esse resultado começa a ganhar fôlego, inclusive com a participação do setor privado”, disse durante a apresentação dos resultados.

Desafios Persistentes

Apesar da queda, entidades da sociedade civil destacam que os níveis de desmatamento ainda são alarmantes. Daniel Silva, especialista do WWF-Brasil, enfatizou a necessidade de um maior engajamento do setor produtivo. “O desmatamento no Cerrado ocorre em propriedades privadas, o que evidencia a necessidade urgente de um maior controle e regulamentação”, afirmou.

Ações Conjuntas

Durante o evento, a ministra assinou um pacto entre o governo federal e os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O pacto visa fortalecer ações conjuntas no combate ao desmatamento e incêndios na região. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a parceria busca aplicar sanções ao desmatamento ilegal e aprimorar regras para garantir a transparência na conservação dos ativos florestais.

Aumento na Fiscalização

O governo atribui a queda no desmatamento a ações intensificadas de fiscalização. Entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, as multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatamento e queimadas ilegais aumentaram em 98% em relação ao período anterior.

Resultados na Amazônia

Além do Cerrado, o Inpe também reportou uma queda de 30,6% no desmatamento da Amazônia Legal durante o mesmo período. Essa redução representa o menor valor percentual em 15 anos, destacando a eficácia das políticas públicas em proteção ambiental.

Conclusão

A queda no desmatamento no Cerrado e na Amazônia é um sinal positivo para o meio ambiente no Brasil. Através de esforços conjuntos entre governo e sociedade, é possível avançar na preservação desses biomas essenciais, garantindo um futuro mais sustentável.