Edição Brasília

Desemprego sobe para 6,8%, mas carteira assinada cresce

Apesar da leve alta no desemprego no início de 2025, número de trabalhadores com carteira assinada atinge maior nível da série histórica, iniciada em 2012
Carteira de trabalho
Foto: Agência Brasília/Arquivo

Leve alta na taxa de desemprego não compromete tendência positiva

A taxa de desocupação no Brasil atingiu 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025. O índice representa uma elevação de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, encerrado em novembro de 2024. Ainda assim, é o menor resultado para o período desde 2014, ano em que o indicador também foi de 6,8%.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo acompanha o comportamento do mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais em todo o país.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, esse crescimento na desocupação é esperado nesta época do ano. “É um movimento típico de transição entre o fim de um ano e o início do seguinte, quando há redução de vagas temporárias”, explicou.

Brasil bate recorde no número de trabalhadores com carteira assinada

Mesmo com a oscilação na taxa de desemprego, o mercado de trabalho registrou um dado inédito e positivo: o número de pessoas com carteira assinada chegou a 39,6 milhões, o maior desde o início da série histórica, em 2012.

Em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 4,1%, com 1,6 milhão de novos contratos formais. O aumento reforça a tendência de fortalecimento das relações trabalhistas e maior proteção ao trabalhador.

A população ocupada total foi estimada em 102,7 milhões de pessoas, uma leve queda de 1,2% em relação ao trimestre anterior, mas 2,4% acima do mesmo período de 2024.

Informalidade tem leve queda e mercado segue aquecido

A taxa de informalidade caiu para 38,1% da população ocupada, o que equivale a 39,1 milhões de pessoas. No trimestre anterior e no mesmo período do ano passado, essa taxa era de 38,7%. A redução, embora pequena, sinaliza uma lenta formalização do trabalho no Brasil.

Beringuy destacou que a redução em alguns setores, como construção civil e serviços públicos, também segue o padrão sazonal do início do ano. Ela afirmou que, por ora, não é possível atribuir esses dados a efeitos negativos da política de juros do Banco Central.

Perspectiva é positiva para o mercado de trabalho em 2025

Apesar da leve alta no desemprego, os dados reforçam o otimismo com a recuperação econômica e o fortalecimento do mercado formal. O crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada, aliado à queda na informalidade, mostra que o Brasil segue avançando em direção a uma estrutura trabalhista mais sólida.

O IBGE continuará monitorando os próximos trimestres, mas o cenário atual sugere que os fundamentos do mercado de trabalho permanecem firmes. A expectativa é de que a economia reaqueça nos próximos meses, impulsionando novas contratações.