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Defesa de Garnier insiste em depoimento do comandante da Marinha

**STF decide sobre depoimento crucial em caso de golpe:** A defesa do almirante Garnier pede ao Supremo que o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, deponha sobre a suposta preparação de tropas para um golpe no governo Bolsonaro, após Olsen pedir dispensa.
Depoimento comandante Marinha golpe Bolsonaro
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A defesa do almirante Almir Garnier impetrou, na última quinta-feira (22), no Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido crucial para o andamento da ação penal que investiga uma suposta trama golpista durante o governo Bolsonaro. A estratégia da defesa centra-se na necessidade de ouvir o atual comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, como testemunha.

Pedido de Depoimento no STF

Este pedido surge como resposta ao requerimento de dispensa apresentado por Olsen, que alegou desconhecer os fatos em questão e, por isso, solicitou a isenção de depor, prevista inicialmente para o dia 23 de maio. A defesa de Garnier, entretanto, discorda veementemente e argumenta que o depoimento de Olsen é fundamental para a elucidação dos fatos.

Olsen, indicado como testemunha pela defesa de Garnier, um dos réus do núcleo 1 da trama golpista, ocupava o cargo de comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro. Consequentemente, seu testemunho pode lançar luz sobre eventos ocorridos durante esse período.

A Importância do Depoimento de Olsen

Segundo a defesa, o depoimento do comandante da Marinha se justifica pela necessidade de esclarecer possíveis conversas ou tratativas internas a respeito da mobilização ou preparação de tropas. Em outras palavras, a defesa busca obter informações sobre qualquer movimentação militar que pudesse estar relacionada aos planos golpistas. Por esse motivo, a defesa insiste na importância do depoimento, qualificando Olsen como uma testemunha essencial para a compreensão dos fatos.

A defesa, em sua argumentação, declarou formalmente ao STF: “Requer-se o indeferimento do pedido formulado pela testemunha e o consequente prosseguimento da sua oitiva, tal como originalmente arrolada pela defesa, por se tratar de testemunha absolutamente essencial à elucidação dos fatos”. A contundência da declaração demonstra a importância estratégica que a defesa atribui a este depoimento.

Contexto da Investigação e Decisão do Ministro

As investigações apontam que o ex-comandante Garnier teria colocado a Marinha à disposição de Bolsonaro para uma eventual decretação de estado de sítio ou operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no final de 2022. Este contexto torna ainda mais relevante o depoimento de Olsen, seu sucessor no comando da Marinha.

A decisão final sobre o pedido de depoimento caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal. Portanto, a expectativa se concentra na análise do ministro em relação aos argumentos apresentados pela defesa de Garnier e à necessidade de se ouvir o atual comandante da Marinha para elucidar os fatos da investigação.

Desdobramentos da Investigação

Além deste caso específico, outras notícias relacionadas à investigação da trama golpista vêm ganhando destaque na mídia. Recentemente, o ex-comandante da FAB prestou depoimento, e o STF tornou mais dez réus, elevando o número total para 31. Estes eventos demonstram a amplitude e complexidade da investigação, destacando a relevância do depoimento do comandante da Marinha para o desfecho do caso.

Em conclusão, a disputa judicial em torno do depoimento do comandante da Marinha representa um ponto crucial na investigação da trama golpista. A decisão do Ministro Moraes terá um impacto significativo no rumo das investigações e na elucidação dos fatos relacionados à suposta preparação de tropas para um golpe durante o governo Bolsonaro.