O Brasil registra um aumento no número de projetos voltados para a população idosa, totalizando 403 iniciativas. Embora a taxa de alfabetização e inclusão social tenha melhorado, muitos desafios permanecem. O levantamento foi divulgado no Dia do Idoso, celebrado em 1º de outubro, e evidencia que, embora quase 85% da população indígena esteja alfabetizada, o índice ainda é inferior à média nacional.
Detalhes do Levantamento
Realizado pelo Lab Nova Longevidade em parceria com a Ashoka, o Instituto Beija e a associação Itaú Viver Mais, o estudo revelou que 48,1% dos projetos beneficiam mais de mil pessoas. Destes, 39% são iniciativas da sociedade civil, e 62,3% estão em operação há cinco anos ou mais.
O critério de autodeclaração foi utilizado para identificar a população indígena. Assim, o levantamento inclui pessoas que se consideram indígenas, independentemente de sua etnia. Este detalhe é crucial para entender as dinâmicas sociais e culturais que envolvem essa população.
Distribuição Geográfica
A Região Sudeste se destaca com 62% das iniciativas, evidenciando um maior interesse na participação do levantamento. Em contrapartida, o Norte apresenta apenas 3% dos projetos. Em termos estaduais, São Paulo lidera com 42,2%, seguido por Rio de Janeiro (10,2%) e Minas Gerais (9,7%).
O mapeamento revelou que o governo brasileiro responde por apenas 4% das iniciativas, o que mostra a importância das organizações não governamentais e do setor privado. Isso implica que a sociedade civil tem um papel fundamental no suporte e promoção dos direitos dos idosos.
Temáticas em Foco
Os principais temas abordados pelos projetos incluem envelhecimento saudável (82%), novas narrativas para a longevidade (70%) e diversidade e inclusão (66%). Apesar disso, áreas como educação continuada (49%), inclusão digital (43%) e saúde (39%) ainda não são totalmente cobertas pelas iniciativas.
A liderança do Lab Nova Longevidade, Marília Duque, enfatiza que a inclusão digital é um dos principais desafios. “A questão da inclusão digital aparece como essencial para o aprendizado ao longo da vida. Isso impacta diretamente na requalificação profissional e na permanência na força de trabalho”, explica.
Desafios e Oportunidades
O estudo apontou que, enquanto a população geral tem uma taxa de analfabetismo de 7%, entre os idosos essa taxa é de 15,05%. Além disso, muitos idosos enfrentam barreiras na utilização de tecnologias que podem facilitar sua inclusão social.
Marília Duque ressalta que, para não deixar a população idosa à deriva, são necessários esforços coletivos para criar ambientes de aprendizado adaptados às necessidades dessa faixa etária. “No futuro, seremos todos nativos digitais, mas precisamos preparar nossa população idosa para isso”, afirma.
Conclusão
Com a criação de 403 projetos voltados para os idosos, o Brasil avança na busca por uma melhor qualidade de vida para essa população. No entanto, a baixa participação do governo e a necessidade de inclusão digital destacam a urgência de ações colaborativas. A pesquisa completa está disponível no site Lab Nova Longevidade.