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Comissão Mista de Orçamento aprova LDO 2025 com meta fiscal de déficit zero

Texto agora segue para votação no Congresso Nacional e prevê salário mínimo de R$ 1.502, além de proteção a despesas essenciais.
Congresso Nacional
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

LDO avança na Comissão Mista de Orçamento

Na noite desta terça-feira (17), a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025. O texto define as prioridades da União e a meta fiscal para o próximo ano, estabelecendo um marco fundamental para a elaboração do Orçamento da União.

Com a aprovação, o texto será analisado em sessão conjunta do Congresso Nacional, que reúne deputados e senadores, prevista para esta quarta-feira (18).

Meta fiscal e projeções econômicas

A proposta fixa a meta de resultado primário em zero, com uma margem de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), podendo variar entre déficit de R$ 31 bilhões e superávit de R$ 31 bilhões.

O relator do projeto, senador Confúncio Moura (MDB-RO), acolheu 694 emendas ao texto. Ele inicialmente havia proposto o foco exclusivo no centro da meta fiscal, mas recuou dessa posição em sua versão final.

Entre os pontos de destaque, está a previsão de salário mínimo de R$ 1.502, seguindo as regras atuais de valorização do salário, que podem ser ajustadas caso o pacote de cortes de gastos do governo seja aprovado.

Proteção a despesas essenciais

O relatório protegeu algumas despesas orçamentárias do contingenciamento, impedindo cortes para cumprir a meta fiscal. Entre essas despesas estão:

  • Sistema de Fronteiras;
  • Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal;
  • Apoio às populações indígenas;
  • Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente;
  • Defesa agropecuária;
  • Seguro rural;
  • Aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar.

Fundo partidário e emendas parlamentares

O texto estabelece que o Fundo Partidário será corrigido de acordo com as regras do novo arcabouço fiscal, limitado a até 2,5% acima da inflação.

Quanto às emendas parlamentares de transferência especial, as chamadas emendas Pix, será obrigatória a apresentação de plano de trabalho detalhado, incluindo objeto e valor do repasse. A falta dessa documentação pode suspender a execução da emenda.

Além disso, o projeto permite repasses federais a municípios com menos de 65 mil habitantes, mesmo que estejam inadimplentes, garantindo maior flexibilidade no atendimento às necessidades dessas localidades.

Próximos passos e perspectivas

A votação da LDO no Congresso será um passo importante para consolidar a base orçamentária de 2025. O texto reflete a busca por equilíbrio fiscal, ao mesmo tempo em que prioriza despesas essenciais e a valorização do salário mínimo.