Um cogumelo que surpreende a ciência
Um estudo recente da Universidade de Queensland, na Austrália, revelou que o Hericium erinaceus — conhecido como “cogumelo juba de leão” — possui compostos capazes de estimular a regeneração de neurônios e fortalecer a memória. A descoberta, publicada no Journal of Neurochemistry, traz esperança para o tratamento e a prevenção de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
O cogumelo, amplamente utilizado na medicina tradicional chinesa e japonesa, agora recebe validação científica por seus efeitos no sistema nervoso. A pesquisa mostrou que ele aumenta em até 40% a formação de novas conexões neuronais, além de promover proteção contra a degeneração celular.
Como o Hericium atua no cérebro
A eficácia do Hericium está ligada a dois compostos principais: Hericenona A e Erinacina E. A primeira estimula a produção do fator de crescimento nervoso (NGF), essencial para a sobrevivência e o desenvolvimento dos neurônios. A segunda protege essas células contra processos degenerativos, que se intensificam com o envelhecimento.
Esses compostos atuam de forma sinérgica. Enquanto um estimula o crescimento neural, o outro fortalece a proteção estrutural dos neurônios. Dessa forma, o cogumelo atua tanto na prevenção quanto na recuperação de funções cerebrais.
Alimentação e saúde mental: uma conexão real
Além do uso isolado do Hericium, os especialistas recomendam uma alimentação equilibrada como parte fundamental da prevenção de doenças cognitivas. Dietas ricas em frutas, vegetais, oleaginosas e alimentos anti-inflamatórios auxiliam na preservação da memória e no funcionamento cerebral.
Por outro lado, alimentos ultraprocessados, excesso de açúcar e gorduras saturadas contribuem para inflamações no organismo. Essas inflamações afetam o cérebro e aceleram o envelhecimento celular. Portanto, ao incluir alimentos neuroprotetores como o Hericium erinaceus na rotina, é possível criar um ambiente biológico favorável à saúde mental.
Potencial terapêutico e futuro promissor
Ainda que os testes estejam em estágio inicial e concentrados em modelos experimentais, os resultados indicam um potencial terapêutico significativo. Os pesquisadores pretendem avançar para ensaios clínicos em humanos, a fim de comprovar a eficácia em larga escala.
“O Hericium erinaceus melhora a regeneração dos nervos periféricos ao ativar a atividade neurotrófica do NGF”, afirmam os autores do estudo. Isso significa que, além de fortalecer a memória, o cogumelo pode ajudar na reabilitação de pacientes com lesões neurológicas.
Um aliado natural para o cérebro
O Hericium erinaceus pode ser consumido em forma de suplemento, chá ou na alimentação tradicional, especialmente em pratos da culinária asiática. Seu sabor suave e textura lembram frutos do mar, o que o torna versátil na cozinha.
Então, mesmo que os efeitos terapêuticos ainda estejam em estudo, incluir esse alimento funcional na dieta já representa um passo positivo. Afinal, alimentação e bem-estar cerebral caminham juntos — e a ciência tem provado isso cada vez mais.