Neste último domingo, dia 5 de maio, o estado do Rio de Janeiro se tornou palco para uma das etapas mais aguardadas por mais de 108 mil candidatos: as provas da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU 2025). A enorme adesão reflete a incessante busca por estabilidade profissional e, por conseguinte, a aspiração por uma melhor qualidade de vida para suas famílias. O Rio de Janeiro, aliás, destacou-se não apenas pelo volume expressivo de participantes, sendo o estado com o maior número de inscritos fora do Distrito Federal, mas também pela oferta de 315 vagas. Para acolher esse contingente considerável de examinados, 181 locais de prova foram estrategicamente distribuídos por diversas cidades fluminenses, assegurando a realização do certame em grande escala.
O Rigor da Preparação: Histórias de Dedicação
A dedicação e o empenho dos candidatos foram evidentes desde as primeiras horas do dia. Carlos Eduardo do Nascimento, por exemplo, chegou bem cedo ao campus da Faculdade Estácio, situado no centro da capital, e aproveitou os momentos finais antes do fechamento dos portões para revisar seus resumos. Ele compartilhou as dificuldades de conciliar a rotina de trabalho com os estudos intensivos, explicando que aproveitava cada instante livre – seja no trajeto, na pausa do almoço ou ao chegar em casa – para assistir a videoaulas ou ouvir podcasts, otimizando o tempo disponível. Esse comprometimento, afinal, é comum entre aqueles que vislumbram uma carreira no serviço público.
Carlos Eduardo tem como meta conquistar uma das 340 vagas destinadas ao Bloco 9, de nível intermediário, que engloba oportunidades em diversas agências reguladoras. Este bloco, de fato, revelou-se o mais atrativo para os moradores do Rio de Janeiro, totalizando mais de 26 mil inscrições homologadas. Entre as instituições que oferecem postos de trabalho no estado estão a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que representam destinos cobiçados por muitos aspirantes à carreira pública.
A Busca por Estabilidade e o Futuro Familiar
A aspiração por estabilidade profissional e a busca por um futuro mais seguro para a família surgem como as principais motivações para muitos participantes. Stephani Pereira, por exemplo, viu no CNU a chance de assumir um cargo público sem a necessidade de mudar de cidade. Enfermeira por formação, ela confessou que não se identificava com a área da saúde, tendo encontrado sua vocação no setor administrativo. Sua prioridade, portanto, era garantir a estabilidade e a capacidade de proporcionar uma vida melhor para seu filho. Ela ainda relembrou que, em outra ocasião, foi aprovada em um concurso fora do estado, mas declinou da oportunidade justamente para não impactar a rotina e o bem-estar da criança.
Da mesma forma, Meiriane de Sousa tem o bem-estar do seu filho como a força motriz de sua participação no concurso. Bacharel em Direito, Meiriane precisou pausar sua carreira para dedicar-se integralmente aos cuidados do menino, que possui autismo de nível 2. O CNU, neste contexto, representa para ela um caminho para retornar ao mercado de trabalho de forma remunerada, beneficiando-se da segurança e dos múltiplos benefícios oferecidos pelo setor público. A candidata também compartilhou os desafios inerentes à preparação para o concurso sendo mãe, especialmente diante das necessidades específicas de seu filho. Contudo, ela já vinha se dedicando aos estudos há um tempo considerável. Meiriane expressou um interesse particular pela ANS, uma vez que se sente atraída pela área da saúde e, além disso, já havia estagiado na agência, guardando boas recordações da experiência profissional.
