O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, nesta quinta-feira (30), a regulamentação que libera R$ 4 bilhões do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac) para empréstimos a companhias aéreas brasileiras. Esta medida, aguardada por mais de um ano, prioriza investimentos cruciais em Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e fomenta a expansão de voos regionais, com foco especial na Amazônia Legal e no Nordeste.
Aprovação e Detalhes do Financiamento
A aprovação do CMN, portanto, viabiliza a execução de uma lei sancionada em setembro do ano passado, que destinou estes significativos recursos do Fnac. Conforme a linha de crédito escolhida pela companhia aérea, os empréstimos terão taxas de juros anuais atrativas, variando entre 6,5% e 7,5%. Adicionalmente, o Ministério de Portos e Aeroportos especificou seis modalidades distintas de financiamento, abrangendo um espectro que vai desde a aquisição de aeronaves produzidas nacionalmente e a manutenção essencial de motores, até, crucialmente, o investimento e apoio à produção e uso de SAF fabricado no Brasil.
Compromissos Essenciais para as Companhias Aéreas
Para acessarem este suporte financeiro, as empresas aéreas deverão assumir importantes contrapartidas. Primeiramente, elas precisarão adquirir Combustível Sustentável de Aviação (SAF) que promova uma redução de emissões de gás carbônico superior à meta legal estabelecida para o setor, a qual prevê um corte de 1 ponto percentual ao ano até atingir 10%. Além disso, as companhias terão o compromisso de ampliar significativamente a oferta de voos para regiões estratégicas do país, como a Amazônia Legal e o Nordeste. Esta iniciativa visa, por conseguinte, fortalecer a integração territorial e, consequentemente, fomentar o desenvolvimento turístico e econômico local. Posteriormente, as aéreas que participarem do programa deverão aderir ao Pacto da Sustentabilidade, uma proposta liderada pelo Ministério de Portos e Aeroportos que incentiva a adoção e aprimoramento de práticas de ESG (ambiental, social e de governança) em todo o setor da aviação.
Visão do Governo e Benefícios Esperados
Em nota oficial, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, enfatizou que a medida busca, acima de tudo, dinamizar a competitividade das empresas aéreas e mitigar seus custos operacionais. Ele destacou que o governo federal cumpre sua parte ao oferecer crédito facilitado para a compra de aeronaves nacionais, manutenção de motores e ampliação da infraestrutura aeroportuária. O objetivo primordial, conforme o ministro, é permitir que as companhias reduzam seus gastos, o que, por sua vez, pode levar à diminuição dos preços das passagens, beneficiando diretamente o consumidor final. Adicionalmente, o ministro mencionou que a iniciativa visa preencher uma lacuna deixada durante o período pandêmico, quando o setor aéreo não recebeu apoio financeiro direto comparável. Ele argumentou que, ao conceder recursos com taxas de juros privilegiadas, é justo exigir benefícios tangíveis para a população, como a redução da emissão de gases de efeito estufa e a melhoria da conectividade. Em conclusão, o governo projeta que esta medida fortalecerá o mercado doméstico de aviação, incentivará a produção nacional de SAF e aprimorará a conectividade regional, particularmente em áreas atualmente com escassa oferta de voos.
Entenda o Programa de Financiamento da Aviação
Quem Pode Acessar os Recursos?
Inicialmente, é fundamental esclarecer que apenas companhias aéreas brasileiras que operam voos domésticos e que estejam adimplentes com a União e os órgãos reguladores do setor de aviação civil podem acessar esses recursos. Este critério assegura que o apoio chegue a empresas em situação regular.
Modalidades e Condições do Crédito
No que tange aos valores e condições, o programa disponibiliza um total de R$ 4 bilhões, divididos em seis linhas de crédito específicas, cada uma com finalidades distintas. As taxas de juros anuais variam entre 6,5% e 7,5%, dependendo da finalidade específica do empréstimo. Entre as principais finalidades do crédito, incluem-se a aquisição de aeronaves produzidas no Brasil, a manutenção e modernização de motores, investimentos em infraestrutura operacional e, significativamente, a compra de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) de produção nacional, impulsionando a descarbonização do setor.
Requisitos e Prazos para Adesão
Quanto aos prazos e às condições gerais para a concessão do financiamento, estes variam conforme o tipo de operação escolhida. Assim sendo, os pedidos de crédito devem ser encaminhados ao Comitê Gestor do Fnac, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, que fará a análise e a gestão dos processos. Importante ressaltar que as contrapartidas obrigatórias para as empresas aéreas incluem a aquisição de SAF que garanta uma redução de gás carbônico superior à meta legal, a ampliação de voos para destinos na Amazônia Legal e no Nordeste, a adesão ao Pacto da Sustentabilidade, que promove práticas de ESG, e o envio periódico de relatórios de desempenho ambiental e social ao Ministério, assegurando a transparência e o cumprimento dos objetivos.



