O Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito (Cinesur), realizado em Bonito, Mato Grosso do Sul, anunciou seus principais vencedores, celebrando a diversidade e a riqueza da produção cinematográfica do continente. O longa-metragem chileno Oro Amargo, dirigido por Juan Olea, foi agraciado pelo júri oficial como o melhor filme sul-americano. Por outro lado, o público concedeu o título de melhor longa-metragem sul-americano à produção brasileira A Melhor Mãe do Mundo, sob a direção de Anna Muylaert.
A cerimônia de encerramento do Bonito CineSur, onde os vencedores foram revelados, ocorreu no Auditório Kadiwéu, localizado no Centro de Convenções da cidade sul-mato-grossense, marcando o desfecho de mais uma edição do prestigiado festival. Em seguida, os aplausos ecoaram para as obras que se destacaram tanto pela avaliação especializada quanto pela preferência popular, refletindo um amplo reconhecimento.
Destaques do Júri e do Voto Popular
A produção chilena Oro Amargo, eleita pelo júri oficial, imerge os espectadores na história de Carola, uma personagem que trabalha ao lado de seu pai em uma mina situada no coração do Deserto do Atacama. Ademais, o filme não se limita à narrativa individual, mas aprofunda-se em temas cruciais como a misoginia, a ambição desenfreada, a violência intrínseca às relações e as complexas questões de desigualdade social. Por conseguinte, a obra oferece uma reflexão contundente sobre as realidades enfrentadas por muitos.
Paralelamente, o longa brasileiro A Melhor Mãe do Mundo, escolhido pelo voto popular, explora a delicada e urgente temática da violência doméstica. Além disso, a obra de Anna Muylaert destaca a resiliência e a capacidade de superação diante de adversidades, apresentando uma perspectiva inspiradora sobre a resistência feminina. Assim, ambos os filmes, embora com abordagens distintas, trouxeram à tona discussões sociais relevantes.
Cinema e Meio Ambiente em Destaque
Nesse sentido, o júri oficial também reconheceu a relevância do cinema ambiental, concedendo o prêmio de melhor longa-metragem ambiental ao documentário brasileiro Rua do Pescador Nº 6, dirigido por Bárbara Paz. A obra captura a devastação causada pelas inundações no Rio Grande do Sul no ano anterior, ilustrando o árduo e extenso processo de reconstrução enfrentado pelas famílias afetadas. Portanto, o filme serve como um alerta para a urgência de ações climáticas e de apoio às comunidades vulneráveis.
O festival, por conseguinte, reforçou o papel do cinema como ferramenta de conscientização e reflexão sobre as questões ambientais contemporâneas, enfatizando a necessidade de narrativas que sensibilizem e mobilizem a sociedade. Diante disso, a escolha de Rua do Pescador Nº 6 ressalta o compromisso do Cinesur com o debate de temas de impacto global e local.
Premiações do Júri Oficial do Cinesur
Os jurados do Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, após cuidadosa análise das obras inscritas, anunciaram os seguintes vencedores em suas respectivas categorias:
- Melhor Longa-Metragem Sul-Americano: Oro Amargo, de Juan Olea (Chile/Uruguai/Alemanha).
- Melhor Curta-Metragem Sul-Americano: Amor em los Tiempos de como Sea que se Llame el Presente, de Valentina Qaszulxkef (Colômbia).
- Melhor Longa-Metragem Ambiental: Rua do Pescador Nº 6, de Bárbara Paz (Brasil).
- Melhor Curta-Metragem Ambiental: Sobre a Cabeça os Aviões, de Amanda Costa e Fausto Borges (Brasil).
- Melhor Filme Sul-Mato-Grossense: Enigmas do Rolê, de Ulísver Silva.
Resultados do Voto Popular
Em uma demonstração da preferência do público, os espectadores do Cinesur elegeram as seguintes produções, revelando uma forte conexão com as narrativas apresentadas:
- Melhor Longa-Metragem Sul-Americano: A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert (Brasil).
- Melhor Curta-Metragem Sul-Americano: Revelación, de Emanuel Moreno Elgueta (Chile).
- Melhor Longa-Metragem Ambiental: Sinfonia da Sobrevivência, de Michel Coeli (Brasil).
- Melhor Curta-Metragem Ambiental: Sobre Ruínas, de Carol Benjamin (Brasil).
- Melhor Filme Sul-Mato-Grossense: Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha, de Daphyne Schiffer Gonzaga.
Menções Honrosas Concedidas
Além dos prêmios principais, o Cinesur concedeu menções honrosas a obras que se destacaram por sua relevância e qualidade artística, especialmente na categoria ambiental:
- Menção Honrosa ao curta-metragem ambiental: Uma Menina, um Rio, de Renata Martins (Brasil).
- Menção Honrosa ao longa-metragem ambiental: Sinfonia da Sobrevivência, de Michel Coeli (Brasil).
A Agência Brasil convida seus leitores a seguirem seu perfil no Instagram para mais atualizações e notícias sobre cultura e eventos. É importante ressaltar que a reportagem foi realizada a convite da organização do Festival de Cinema Sul-Americano Bonito Cinesur 2025.