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Chuva praticamente extingue incêndios na Chapada dos Veadeiros

Chuvas extinguem quase todos os incêndios que devastavam a Chapada dos Veadeiros (GO) desde 28 de setembro; apenas um foco resiste ao combate das equipes.
Chuva extingue incêndios Chapada
Foto: Mayandi Inzaulgarat/ICMBio

A onda de incêndios que assolava a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, desde 28 de setembro, foi amplamente controlada e praticamente extinta graças às recentes chuvas na região. Apesar do alívio generalizado, um único foco de incêndio ainda demanda a atenção e o esforço das equipes de combate, demonstrando a persistência do desafio ambiental para as autoridades e brigadistas.

Impacto Devastador e a Ajuda Providencial das Chuvas

Os focos de calor, que se manifestaram no final de setembro, causaram uma destruição significativa em uma das áreas de maior biodiversidade do Cerrado brasileiro. Conforme dados divulgados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a área total atingida pelos incêndios superou impressionantes 111.720 hectares. Para ilustrar a gravidade da situação, apenas no perímetro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, uma extensão de 900 hectares foi consumida pelas chamas, comprometendo habitats e ecossistemas preciosos. A chegada das precipitações, portanto, representou um ponto de virada crucial, oferecendo um auxílio fundamental no esforço de contenção do fogo que as equipes vinham realizando incessantemente.

Combate Persistente: O Último Foco Ativo e o Monitoramento Contínuo

Apesar da trégua proporcionada pela chuva, o trabalho das brigadas está longe de ser concluído. Atualmente, um foco singular permanece ativo, exigindo uma operação contínua. Este último ponto crítico está localizado na região de Procópia, que faz parte do histórico Território Kalunga, uma área de grande importância cultural e ambiental. As equipes de combate, consequentemente, concentram seus esforços neste ponto específico, visando à extinção completa e à segurança da área. Além disso, o ICMBio ressalta a importância do monitoramento constante das áreas já controladas. Essa vigilância é crucial para prevenir possíveis reignições, um risco comum em vegetações secas após períodos de incêndio, especialmente em um bioma como o Cerrado. Portanto, mesmo com a maioria dos focos extintos, a atenção e a prontidão das equipes permanecem elevadas para garantir que a situação não se agrave novamente.

A Gênese do Incêndio em Cormari e a Proteção do Parque

Um dos maiores desafios enfrentados pelas brigadas começou nas imediações do povoado de Cormari. Este incêndio em particular progrediu rapidamente, alcançando as fronteiras do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Dentro dos limites do parque, a intensidade do combate foi elevada, exigindo uma mobilização ainda maior de recursos e pessoal para evitar danos irreversíveis à flora e fauna protegidas. Felicitamente, as estratégias empregadas e a dedicação incansável das equipes permitiram que este foco, que representava uma grande ameaça, fosse finalmente contido e extinto. Posteriormente, o foco passou a ser monitorado, seguindo os protocolos de segurança estabelecidos.

Mobilização Abrangente: A Força Conjunta no Campo de Batalha

A complexidade e a escala dos incêndios exigiram uma resposta coordenada e massiva. No total, a operação de combate reuniu 211 profissionais, um contingente diversificado que incluía servidores públicos e brigadistas voluntários. Esses bravos indivíduos representavam diversas instituições e grupos especializados, como Ibama/Prevfogo, ICMBio, Rede Contra Fogo, Brivac, Brigada de São Jorge e Brigada Cerrado em Pé. A sinergia entre essas organizações foi vital para a eficácia das ações, permitindo uma cobertura mais ampla e uma resposta ágil frente à emergência ambiental. Em suma, a resiliência e o trabalho conjunto desses profissionais foram decisivos para controlar uma situação que, sem a ajuda da chuva, poderia ter sido ainda mais catastrófica. Ainda assim, o episódio serve como um lembrete da fragilidade do bioma Cerrado e da necessidade contínua de estratégias de prevenção e combate a incêndios, além de políticas de conservação robustas.