Edição Brasília

CCJ do Senado aprova regulamentação da reforma tributária; texto vai a plenário

Nesta quarta-feira (17), a CCJ do Senado aprovou o texto que regulamenta a reforma tributária, detalhando o IBS e ITCMD. O projeto segue agora para votação em plenário.
Reforma tributária regulamentação
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal deu um passo crucial nesta quarta-feira (17) ao aprovar o relatório complementar que detalha a regulamentação da reforma tributária. Este avanço, portanto, encaminha o projeto para apreciação em plenário, onde será submetido à votação final dos senadores. A medida visa estabelecer as diretrizes operacionais para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), elementos-chave do novo arcabouço fiscal brasileiro.

Detalhes do Projeto de Lei Complementar 108/2024

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, que teve o senador Eduardo Braga (MDB-AM) como relator, aborda minuciosamente a forma como o poder público realizará a cobrança e a gestão de eventuais controvérsias relacionadas ao futuro Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Este imposto, essencialmente, consolidará o atual Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de competência estadual, e o Imposto sobre Serviços (ISS), de competência municipal, simplificando significativamente a estrutura tributária do país. Além disso, o texto aprovado pela CCJ estabelece os procedimentos para a criação e o funcionamento do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CGIBS), uma entidade fundamental para a administração eficiente do novo tributo. Em suma, o PLP também introduz novas diretrizes para o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), impactando a forma como heranças e doações são tributadas.

Caminho para o Plenário e Requisitos de Votação

Com a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça, o texto atualizado agora segue para o plenário do Senado Federal, onde será apreciado em caráter de urgência. Para que seja definitivamente aprovado, o projeto precisará do apoio de, no mínimo, 41 dos 81 senadores. Esta quantidade representa a maioria absoluta da Casa Legislativa, enfatizando a importância e o consenso político necessário para a implementação da reforma. Consequentemente, a fase de plenário se configura como um momento decisivo para a regulamentação tributária, dada a complexidade e o impacto econômico das mudanças propostas.

Principais Destaques do Relatório de Eduardo Braga

O senador Eduardo Braga destacou diversos pontos cruciais contemplados no relatório aprovado. Primeiramente, o texto prevê a fixação gradual das alíquotas aplicáveis a bebidas açucaradas, uma medida que visa a transição para o novo modelo tributário. Outro ponto relevante é a inclusão de profissionais como taxistas, mototaxistas e frentistas na categoria de microempreendedores individuais (MEI). Essa iniciativa, portanto, tem como objetivo simplificar o acesso desses trabalhadores a benefícios e obrigações fiscais, promovendo maior formalização e segurança jurídica. De fato, o relator demonstrou um esforço de conciliação ao acolher 96 das 149 emendas apresentadas à matéria, refletindo a busca por um texto abrangente e equilibrado.

Colaborações e o Propósito da Reforma

Segundo o senador, a versão final do relatório é fruto de um processo colaborativo, incorporando contribuições valiosas de secretarias de finanças tanto estaduais quanto municipais. É importante ressaltar que as sugestões dos diversos setores produtivos do Brasil já haviam sido previamente consideradas e contempladas na regulamentação anterior da reforma. Em vista disso, Braga enfatizou o propósito maior da reforma tributária, afirmando que ela está sendo elaborada “para o benefício da economia brasileira na competitividade, na segurança jurídica, na transparência em uma série de questões”. Essa declaração sublinha a ambição de criar um ambiente de negócios mais previsível e eficiente, que impulsione o desenvolvimento e a inovação. Em conclusão, a aprovação na CCJ representa um marco significativo na jornada de modernização do sistema tributário nacional, abrindo caminho para sua efetivação no plenário do Senado.

Corrida Nas Pontes Edicao Brasilia