Ricardo Cappelli, figura central na intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal após os eventos de 8 de janeiro, detalhou os bastidores da tentativa de golpe em entrevista exclusiva ao programa “DR com Demori” na TV Brasil. O programa, que foi ao ar nesta terça-feira, trouxe à tona a atuação de policiais durante a crise e teceu duras críticas aos acampamentos de manifestantes em frente aos quartéis.
Análise detalhada dos eventos de 8 de janeiro
Durante a entrevista com Leandro Demori, Cappelli, que atualmente preside a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), revisitou os momentos cruciais que antecederam os ataques. Além disso, ele analisou a performance das forças de segurança e comentou sobre o papel fundamental desempenhado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento dos envolvidos. A exibição completa do programa está disponível no Youtube e no aplicativo TV Brasil Play, bem como em formato de podcast no Spotify e transmissão simultânea na Rádio MEC.
Críticas aos acampamentos golpistas
Cappelli não poupou palavras ao descrever os acampamentos montados por manifestantes após as eleições de 2022, classificando-os como um fenômeno sem precedentes na história do Brasil. Segundo ele, essas estruturas organizadas funcionavam como verdadeiras “cidadelas”, oferecendo desde alimentação e geradores até banheiros químicos e mini-estúdios para a produção de vídeos de propaganda. “Se um cidadão comum tentasse montar uma barraca em frente a um quartel, não duraria três minutos”, afirmou Cappelli, contrastando a permissividade com os acampamentos golpistas.
Atuação das Forças de Segurança e a necessidade de equilíbrio
Logo na primeira semana de sua intervenção, Cappelli tomou a decisão de afastar diversos comandantes de batalhões do Distrito Federal. Entretanto, ele fez questão de ressaltar que 44 policiais ficaram feridos na defesa dos prédios públicos durante os ataques. “Uma parte da tropa lutou”, destacou, enfatizando a necessidade de evitar generalizações sobre a conduta da Polícia Militar do Distrito Federal. Em outras palavras, Cappelli buscou equilibrar as críticas com o reconhecimento do esforço de muitos policiais.
O papel das Forças Armadas e o julgamento dos envolvidos
Questionado sobre a desconfiança da sociedade civil em relação aos militares, Cappelli defendeu o papel das Forças Armadas, argumentando que “não existe país forte sem Forças Armadas fortes”. Ao mesmo tempo, ele enfatizou a importância de não generalizar as críticas. Adicionalmente, Cappelli avaliou o julgamento dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro como um divisor de águas na história do país. “Pela primeira vez, uma conspiração golpista envolvendo civis e militares está sendo julgada. Isso é pedagógico para o Brasil”, concluiu.
“DR com Demori”: um espaço para o debate aprofundado
O programa “Dando a Real com Leandro Demori”, conhecido como “DR com Demori”, se destaca por promover debates aprofundados com personalidades de diversas áreas. Anteriormente, o programa já recebeu nomes como o ministro do STF, Gilmar Mendes, a deputada federal Erika Hilton, a cantora Zélia Duncan, e o músico Roger Waters, do Pink Floyd. A proposta é oferecer um espaço para discussões relevantes e análises aprofundadas sobre temas de interesse público.
Serviço: como acompanhar o “DR com Demori”
Para quem deseja acompanhar o programa, o “DR com Demori” com Ricardo Cappelli foi ao ar na terça-feira, às 23 horas, na TV Brasil e Rádio MEC. Uma reprise foi exibida na quarta-feira, às 4h30, na TV Brasil. Além disso, o programa está disponível on demand no Youtube e no aplicativo TV Brasil Play.