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Calor extremo afetou mais de 6 milhões de brasileiros em 2024, aponta levantamento

Calor

Foto: vargazs / Pixabay

O ano de 2024 foi o mais quente da história da Terra, e o Brasil sentiu fortemente os efeitos desse calor extremo. Um levantamento exclusivo, feito pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) a pedido do g1, revelou que mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram pelo menos 150 dias de temperaturas extremas.

O estudo apontou que 111 cidades registraram mais de cinco meses de calor acima do normal, com temperaturas que ultrapassaram 40°C em diversas ocasiões. A região Norte do país foi a mais afetada, mas todas as cidades brasileiras tiveram pelo menos um dia de calor extremo.

Como foi feito o levantamento?

A pesquisa utilizou dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para analisar as temperaturas entre os anos de 2000 e 2024. O objetivo era identificar dias em que a temperatura máxima superou os valores históricos registrados para cada localidade.

Os principais critérios da análise foram:

Definição de um limite de temperatura extrema para cada dia do ano, com base na série histórica de dados;
Comparação das temperaturas registradas em 2024 com os valores mais altos dos últimos 24 anos;
Uso da metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para validar os índices extremos.

Um exemplo prático ocorreu em Belém (PA), onde as temperaturas em novembro costumam ser consideradas extremas acima de 33,9°C. Em 2024, os termômetros chegaram a 37,1°C, ultrapassando o limite esperado.

Os impactos do calor extremo no Brasil

O calor intenso trouxe consequências severas para o país. Entre os principais impactos registrados em 2024, destacam-se:

🔥 A pior seca da história, que afetou a navegação nos rios do Norte e deixou comunidades isoladas;
🔥 Mais de 30 milhões de hectares queimados, equivalente quase ao tamanho da Itália, devido à combinação de incêndios florestais e falta de umidade;
🔥 Explosão nos casos de dengue, com mais de 6 milhões de registros, agravados pelo calor e pelo aumento da proliferação do mosquito Aedes aegypti;
🔥 Surgimento de uma nova região de clima árido no Brasil, um fenômeno inédito, que pode impactar a produção agrícola e a disponibilidade de água.

Os estados mais afetados foram Pará, Ceará, Tocantins, Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão.

O que esperar para os próximos anos?

Especialistas alertam que as temperaturas extremas não são eventos isolados, mas sim parte de uma tendência global de aquecimento. O Brasil precisará adotar medidas para mitigar os impactos, investindo em infraestrutura, preservação ambiental e políticas de adaptação ao clima.

O levantamento reforça a importância da conscientização e de ações governamentais e privadas para reduzir os efeitos do calor extremo e proteger a população.

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