A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) destacou a importância de parcerias entre empresas de saneamento e bancos internacionais durante o Seminário Nacional Universalizar, promovido pela Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). O evento, realizado nesta terça-feira (12), reúne 26 companhias de saneamento do Brasil e celebra os 40 anos da Aesbe. Com foco na universalização do saneamento, o seminário discute como os investimentos de bancos internacionais podem ajudar o país a cumprir as metas do Marco Legal do Saneamento.
O presidente da Caesb, Luís Antônio Reis, que mediou o painel “Parcerias Estratégicas com Instituições Financeiras Internacionais”, ressaltou a relevância dos projetos apresentados por bancos de desenvolvimento. “Essas parcerias ampliam as possibilidades de alcançarmos a universalização dos serviços de saneamento, beneficiando toda a sociedade”, afirmou Reis.
Investimento estrangeiro e projetos sustentáveis
A Caesb foi escolhida para liderar o painel devido à recente assinatura de um contrato de R$ 312 milhões com o banco de desenvolvimento alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW). Esses recursos serão utilizados para modernizar estações de tratamento de esgoto, desenvolver geração de energia limpa e reduzir perdas de água no Distrito Federal.
Durante o painel, Reis destacou que os acordos com instituições financeiras internacionais não apenas viabilizam os investimentos necessários, mas também impulsionam a inovação em tecnologias sustentáveis. O DF, que já cumpre grande parte das metas estabelecidas no Marco Legal do Saneamento, é um exemplo na área. Atualmente, 99% dos imóveis regularizados na capital recebem água potável, 92,31% estão conectados à rede de esgoto, e 100% do esgoto coletado é tratado.
Marco Legal do Saneamento e o desafio da universalização
O Marco Legal do Saneamento, instituído em 2020, determina que, até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e que 90% receba tratamento adequado de esgoto. Apesar dos avanços no Distrito Federal, Luís Antônio Reis alertou para o desafio nacional: “Temos milhões de brasileiros sem acesso ao esgoto tratado. As parcerias com bancos internacionais são fundamentais para preencher essa lacuna”.
Parcerias internacionais e apoio aos estados brasileiros
O seminário também contou com a presença de representantes de bancos de fomento, que estão dispostos a financiar programas de saneamento em estados e municípios brasileiros. Entre as instituições, destacaram-se o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o KfW, que discutiram possibilidades de financiamento e cooperação técnica. Essas parcerias podem apoiar o avanço das metas de saneamento em outras regiões do país, promovendo o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida.
Encerramento do seminário e perspectivas para o futuro do saneamento
Com mais de 500 participantes, o evento da Aesbe termina nesta quinta-feira (14) e conta com diversos debates sobre financiamento e inovação em saneamento básico. O seminário deixa claro que a união entre setores público e privado, somada ao apoio de instituições internacionais, é essencial para que o Brasil atinja a universalização do saneamento.