Indicação histórica no Oscar impulsiona o cinema brasileiro
A atriz Bruna Linzmeyer celebrou a indicação do filme “Ainda Estou Aqui” ao Oscar durante a 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, onde foi homenageada. A produção brasileira concorre em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, colocando o cinema nacional em evidência.
Bruna destacou que a conquista reflete o poder da cultura e gera um sentimento de pertencimento coletivo. “É uma sensação poderosa. Estamos vivendo isso em comunidade, o que mostra o poder transformador do cinema”, afirmou.
O filme, dirigido por Walter Salles, aborda a trajetória de Eunice Paiva em busca de respostas para o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. A atuação de Fernanda Torres, que vive Eunice no longa, já rendeu à atriz o Globo de Ouro, um feito inédito para o Brasil.
O desafio de competir no Oscar
Apesar das conquistas, Bruna Linzmeyer acredita que o cinema brasileiro ainda enfrenta barreiras no cenário internacional. “As campanhas para o Oscar exigem alto investimento. É uma corrida complexa, mas estamos mostrando que é possível”, comentou.
As campanhas envolvem produção de materiais para a imprensa, anúncios e eventos para atrair a atenção dos jurados. Para Bruna, a conquista é significativa, mas o caminho para maior reconhecimento global ainda requer apoio estrutural e financeiro.
Mostra de Tiradentes: uma celebração ao cinema nacional
A Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece até 1º de fevereiro, é um dos eventos mais importantes do calendário audiovisual brasileiro. Este ano, homenageia Bruna Linzmeyer, celebrando sua trajetória no cinema e na televisão.
A programação inclui 140 filmes, sendo 10 obras da carreira de Bruna, como “Medusa” (2021) e “O Filme da Minha Vida” (2017). A atriz destacou a emoção de trabalhar com novas diretoras e ressaltou o futuro promissor do cinema nacional.
Investimentos culturais como chave para o sucesso
Bruna defendeu mais investimentos em cultura, citando exemplos como a Coreia do Sul e a Tailândia, que apostaram em políticas estratégicas para exportar sua cultura. “Esses países mostram como o investimento cultural pode gerar retorno. O Brasil precisa enxergar isso”, afirmou.
Além de atriz, Bruna revelou estar escrevendo seu primeiro longa-metragem de ficção, intitulado “Corupá”, em homenagem à sua cidade natal em Santa Catarina.
Trajetória inspiradora e novos horizontes
Bruna Linzmeyer relembrou sua transição do teatro e televisão para o cinema. Segundo ela, a televisão foi sua grande escola, permitindo aprendizado técnico e artístico.
A atriz também comentou sobre os desafios de crescer em uma cidade pequena e o impacto que isso teve em sua carreira. “Morar no interior é incrível, mas pode ser frustrante. Eu queria algo mais, e isso me levou para o meio artístico”, revelou.
Com projetos em andamento e um otimismo sobre o futuro do cinema brasileiro, Bruna continua sendo uma das vozes mais relevantes da cultura nacional.