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BRICS se reúne para fortalecer parcerias tecnológicas e contornar barreiras dos EUA

A 16ª Cúpula do Brics, que acontece em Kazan, Rússia, busca reforçar laços entre países membros e desenvolver tecnologia para enfrentar sanções ocidentais.
Brics
Foto: Brics/Divulgação

Na próxima semana, o Brics realiza sua 16ª Cúpula em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro. Este encontro se torna crucial para o bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros: Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito. Especialistas destacam que o Brics atua para contornar as dificuldades impostas pelos Estados Unidos e aliados, especialmente no campo tecnológico.

Contexto do Encontro

A avaliação dos especialistas em relações internacionais é clara: o Brics busca contornar as sanções econômicas que afetam países como China, Irã e Rússia. O professor de direito do comércio internacional da Universidade de São Paulo (USP), José Augusto Fontoura Costa, ressalta que as sanções tentam barrar o avanço tecnológico da China. As restrições incluem proibições de investimentos e exportações de tecnologia avançada, além de exclusões de empresas chinesas na expansão da internet 5G.

Oportunidades para o Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participará presencialmente do encontro devido a um acidente doméstico, mas fará sua contribuição por videoconferência. Apesar da ausência, a participação do Brasil é essencial. Lula, segundo especialistas, deve equilibrar as relações entre o Brics e as potências ocidentais para colher benefícios comerciais e tecnológicos.

A professora Maria Elena Rodríguez, coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de Janeiro, explica que o Brics deve desempenhar um papel fundamental na cooperação tecnológica. “É de interesse das potências ocidentais manter controle sobre as principais tecnologias de ponta”, afirma. Portanto, a construção de um espaço econômico e tecnológico entre os membros é uma prioridade.

Fortalecimento das Relações

O Brics, que já concentra cerca de 36% do PIB global, busca desenvolver sistemas de financiamento que permitam aos países investirem em tecnologia. José Augusto acredita que o Brasil deve aproveitar sua relação com a China, que pode ser um aliado em áreas como tecnologias verdes, petróleo, gás e aeronáutica. “O Brasil não é um vazio tecnológico, temos potencial”, destaca.

A cúpula em Kazan terá discussões sobre a criação de um modelo de adesão aos Brics para países parceiros. Este modelo permitirá a participação sem as mesmas prerrogativas dos membros, possibilitando um acesso mais amplo às vantagens do bloco.

Conclusão

A 16ª Cúpula do Brics representa uma oportunidade significativa para fortalecer laços entre países membros. À medida que o mundo enfrenta desafios econômicos e tecnológicos, a colaboração entre esses países pode proporcionar soluções inovadoras e sustentáveis.