Crescimento e Importância dos Brics
O bloco dos Brics, agora composto por nove países e a Arábia Saudita, concentra 40% da população global e 37% do PIB mundial. O crescimento do grupo, que começou com quatro países em 2009, reflete a busca por maior influência nas decisões internacionais.
Com a recente adesão de Irã, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Arábia Saudita, o Brics se consolida como uma potência econômica e geopolítica. O bloco também detém 26% do comércio mundial e 53% das reservas de gás natural, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Ministério de Minas e Energia.
Histórico e Expansão do Bloco
O Brics foi criado inicialmente com Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul ingressou em 2011, consolidando o bloco. Em 2024, cinco novos países aderiram ao grupo, ampliando sua representatividade global.
O termo “Bric” foi cunhado em 2001 pelo economista Jim O’Neill, mas o grupo só se formalizou em 2009, após a crise financeira global. Desde então, o Brics defende reformas na governança internacional, como mudanças no FMI, no Banco Mundial e na ONU.
“O Brics cresce não apenas em termos de recursos, mas também como uma força simbólica para o sul global”, explica Marta Fernández, do Brics Policy Center.
Recursos e Poder Econômico
O Brics controla 44% das reservas de petróleo e 70% da produção de carvão mineral. Além disso, Rússia e Brasil possuem as maiores reservas de água doce do planeta.
A capacidade militar do bloco também é significativa, com três potências nucleares – Rússia, China e Índia. Isso confere ao grupo uma influência geopolítica considerável.
Reforma da Governança Global
Desde sua criação, o Brics defende um sistema internacional mais justo. Pedro Dallari, diretor do Instituto de Relações Internacionais da USP, destaca que o bloco exige maior representatividade nas decisões globais.
“O Brics busca reformar as instituições globais, trazendo mais espaço para países emergentes”, afirma Dallari. Essa demanda reflete a insatisfação com a predominância de nações ocidentais nas decisões internacionais.
Desafios e Divergências Internas
Apesar do crescimento, o Brics enfrenta desafios internos. Há diferenças ideológicas e comerciais entre os membros, o que limita a atuação conjunta em temas como mudanças climáticas e conflitos globais.
Para Evandro Carvalho, da UFF, o bloco precisa de uma estrutura formal para ampliar sua eficácia. “Falta uma secretaria executiva que centralize as ações do Brics e traga mais transparência”, sugere.
Mesmo com essas limitações, o Brics continua sendo um porta-voz do sul global, defendendo a criação de um mundo multipolar, menos dependente do dólar e com mais centros de poder.