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Brasil tem menor desemprego da história e renda recorde, diz IBGE

O Brasil alcançou a menor taxa de desemprego histórica de 5,8% e renda recorde no 2º trimestre, conforme dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira.
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Foto: Arquivo/Agência Brasil

O Brasil registrou no segundo trimestre do ano o menor patamar de desemprego já aferido, atingindo a marca de 5,8%. Conforme dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a nação alcançou simultaneamente um recorde de rendimento médio e de massa salarial, sinalizando um aquecimento significativo do mercado de trabalho.

Desempenho Histórico do Mercado de Trabalho Brasileiro

A taxa de desocupação de 5,8% representa o ponto mais baixo desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. Em comparação, a menor taxa anterior havia sido registrada em novembro de 2024, com um índice de 6,1%. Além disso, o cenário atual demonstra uma melhora substancial em relação aos trimestres anteriores, uma vez que no primeiro trimestre de 2025, a taxa era de 7%, e no segundo trimestre de 2024, situava-se em 6,9%.

Evolução da População Ocupada e Desocupada

No período encerrado em junho, o país contabilizava aproximadamente 102,3 milhões de trabalhadores com alguma ocupação, enquanto cerca de 6,3 milhões de pessoas estavam desocupadas. Houve uma notável redução no contingente de pessoas em busca de trabalho, que recuou 17,4% em relação ao trimestre anterior, o que se traduz em menos 1,3 milhão de indivíduos desocupados. Por outro lado, o número de pessoas ocupadas cresceu 1,8% de um trimestre para o outro, adicionando 1,8 milhão de trabalhadores ao mercado nacional.

Detalhes do Emprego Formal e Informal

O setor privado formal, com carteira de trabalho assinada, alcançou um recorde de 39 milhões de pessoas, representando um crescimento de 0,9% na comparação com o primeiro trimestre do ano. Simultaneamente, o número de trabalhadores sem carteira formal também expandiu, chegando a 13,5 milhões, o que equivale a um aumento de 2,6%. Essa dinâmica reflete a complexidade do mercado laboral brasileiro.

A Queda da Informalidade e Seus Impactos

A taxa de informalidade no segundo trimestre foi de 37,8%, marcando o menor índice desde o mesmo trimestre de 2020, quando estava em 36,6%. O IBGE classifica como informais trabalhadores sem registro formal, assim como autônomos e empregadores que não possuem CNPJ. Consequentemente, esses indivíduos não usufruem de proteções sociais essenciais, tais como seguro-desemprego, férias remuneradas e o décimo-terceiro salário.

Redução do Contingente de Desalentados

O número de pessoas desalentadas, ou seja, aquelas que desistiram de procurar emprego por não acreditarem na possibilidade de encontrá-lo, atingiu 2,8 milhões no final do segundo trimestre. Este patamar representa o menor registro desde 2016, indicando uma melhora na percepção sobre as oportunidades de trabalho.

Metodologia e Abrangência da Pesquisa PNAD Contínua

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada mais recentemente, incorpora pela primeira vez uma nova ponderação baseada nos dados apurados pelo Censo 2022. Essa alteração consiste em um ajuste na amostra representativa de domicílios visitados pelos pesquisadores do IBGE. Vale ressaltar que atualizações metodológicas como essa são uma prática comum entre os órgãos de estatística ao redor do mundo, visando aprimorar a precisão dos dados.

A pesquisa do IBGE monitora o comportamento do mercado de trabalho para indivíduos com 14 anos ou mais, considerando todas as modalidades de ocupação, incluindo empregos com ou sem carteira assinada, trabalhos temporários e atividades por conta própria. É fundamental destacar que apenas é considerada desocupada a pessoa que, de fato, procura ativamente por uma oportunidade de trabalho. Para a coleta desses dados, são visitados 211 mil domicílios em todas as unidades federativas e no Distrito Federal.

Renda Recorde Impulsiona a Economia

O cenário de mercado de trabalho aquecido repercute diretamente na renda dos trabalhadores. O IBGE revelou que o rendimento médio mensal real alcançou R$ 3.477, o maior valor já apurado na série histórica. Este montante representa um aumento de 1,1% em comparação com o primeiro trimestre do ano e um acréscimo de 3,3% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

Impacto Econômico da Massa de Rendimentos

A combinação do maior número de pessoas ocupadas com o rendimento médio recorde impulsionou a massa de rendimentos, que corresponde ao valor total recebido pelos trabalhadores. Este indicador também atingiu seu ponto mais alto, alcançando R$ 351,2 bilhões. Esse volume financeiro supera em 5,9% (equivalente a R$ 19,7 bilhões) o montante registrado no mesmo trimestre de 2024. Portanto, essa injeção de recursos na economia contribui significativamente para o consumo e a poupança, fomentando a atividade econômica geral.