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Brasil sai do Mapa da Fome da ONU com ações do governo em tempo recorde

O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU em tempo recorde, resultado de mais de 80 ações governamentais entre 2023 e 2024, conforme relatório divulgado em cúpula na Etiópia nesta segunda (28).
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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Brasil, em um feito notável e em tempo recorde, conseguiu sair do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Esta conquista significativa foi oficialmente divulgada em um relatório apresentado durante uma cúpula na Etiópia nesta segunda-feira (28), sendo o resultado direto de mais de 80 ações governamentais implementadas entre os anos de 2023 e 2024.

O Anúncio Histórico e Suas Razões

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou que um esforço conjunto e interministerial foi fundamental para que o Brasil alcançasse este marco. Ele afirmou, em coletiva de imprensa, que a articulação entre diversas pastas governamentais permitiu a redução da desnutrição no país para um patamar inferior a 2,5% da população. Desse modo, o trabalho coordenado demonstrou sua eficácia em um curto período.

A informação sobre a saída do Brasil do Mapa da Fome foi corroborada por um relatório oficial durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da Organização das Nações Unidas (ONU UNFSS+4), sediada em Adis Abeba, na Etiópia. O Mapa da Fome, aliás, constitui um indicador global que identifica países que enfrentam grave e crônica insegurança alimentar, ou seja, onde uma parcela considerável da população não tem acesso regular a alimentos suficientes para uma vida saudável.

Metas Superadas e Eficiência Governamental

A concretização desse objetivo surpreendeu positivamente as autoridades, pois a meta inicial era desvincular o Brasil do Mapa da Fome somente em 2026. No entanto, o país cumpriu o objetivo em apenas dois anos, o que, para o ministro Dias, comprova a eficiência e a robustez das políticas públicas adotadas pelo governo brasileiro. O “Plano Brasil sem Fome”, que integra as mais de 80 ações e programas provenientes de 24 ministérios, foi apontado como o pilar central para essa conquista antecipada.

Adicionalmente, o ministro expressou sua convicção de que não pode haver soberania nacional sem a garantia da justiça alimentar, da justiça social e da democracia. Ele traçou um paralelo com o Sistema Único de Saúde (SUS), que, segundo ele, foi crucial para salvar vidas durante a pandemia. Da mesma forma, Wellington Dias assegurou que o trabalho do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro também desempenhou um papel vital na “salvação de milhões de vidas” no país.

Pilares da Estratégia e o Retorno à Crise

A saída do Brasil do Mapa da Fome é, conforme detalhou Wellington Dias, um resultado direto de decisões políticas do governo que priorizaram a redução da pobreza e o estímulo à geração de emprego e renda. Ademais, a valorização do salário mínimo, o apoio contínuo à agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e o acesso a um sistema de alimentação saudável foram estratégias essenciais. O principal caminho para essa integração, segundo ele, foi um ajuste no cadastro dos beneficiários dos programas sociais, visando otimizar a distribuição e o alcance das políticas.

É importante ressaltar que esta é a segunda vez na história recente que o Brasil consegue se desvincular do Mapa da Fome; a primeira ocorrência foi em 2014. Entretanto, o ministro aproveitou a oportunidade para criticar a gestão governamental anterior, sob a presidência de Jair Bolsonaro. De acordo com Dias, houve um desmonte de programas sociais nesse período, o que teria levado o país a um retrocesso, resultando no retorno ao cenário crítico de insegurança alimentar em 2021.

Próximos Passos e a Busca Ativa

Para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, é um papel fundamental do governo intensificar a busca ativa por famílias em condições de desnutrição. Essa estratégia envolve o cruzamento de informações e a realização de visitas domiciliares, garantindo que as pessoas com as maiores necessidades sejam alcançadas pelos programas sociais. Desse modo, o foco é assegurar que ninguém seja deixado para trás.

Embora um prazo exato para o lançamento não tenha sido divulgado, o ministro adiantou que há uma previsão de lançamento de uma segunda etapa do “Plano Brasil Sem Fome”. Ele afirmou que “devemos, muito em breve, trabalhar o lançamento dessa nova etapa”, indicando a continuidade e o aprofundamento das ações de combate à fome e à insegurança alimentar no país.