Brasil e Estados Unidos concordaram em intensificar as reuniões bilaterais para discutir a balança comercial entre os dois países. A decisão foi tomada após uma videoconferência entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, acompanhados pelo representante comercial norte-americano, Jamieson Greer.
Diálogo estratégico entre Brasil e Estados Unidos
O encontro virtual, que durou aproximadamente 50 minutos, ocorreu um dia após o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no qual ele mencionou a possibilidade de impor novas tarifas comerciais ao Brasil. No pronunciamento, Trump destacou suas prioridades econômicas para o novo governo, reforçando a necessidade de revisões tarifárias e ajustes nas relações comerciais internacionais.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) ressaltou que a reunião abordou os resultados da balança comercial e os detalhes da política tarifária entre os dois países. De acordo com o MDIC, houve um alinhamento sobre os benefícios mútuos da relação econômica e a necessidade de fortalecer o comércio bilateral.
Brasil busca maior equilíbrio comercial
Durante a conversa, Alckmin reforçou que os Estados Unidos possuem um superávit comercial de US$ 200 milhões sobre o Brasil. Ele também destacou que, ao somar bens e serviços, esse superávit ultrapassa os US$ 25 bilhões, demonstrando que o Brasil importa significativamente mais do que exporta para o mercado norte-americano.
Outro ponto abordado foi a isenção tarifária para oito dos dez principais produtos que o Brasil importa dos EUA. Segundo o MDIC, a tarifa média efetivamente aplicada pelo Brasil é de 2,73%, um percentual considerado baixo em relação às tarifas nominais praticadas globalmente.
Próximos passos nas negociações comerciais
A reunião reforçou a intenção do governo brasileiro de fortalecer a complementaridade econômica entre os países e buscar maior equilíbrio comercial. O Brasil deseja aumentar a reciprocidade nas exportações, beneficiando tanto as indústrias nacionais quanto as práticas comerciais bilaterais.
O vice-presidente destacou que o diálogo continuará nos próximos dias com novas rodadas de reuniões, visando soluções que favoreçam ambos os países. A expectativa é que os avanços nas negociações resultem em ajustes tarifários e novos acordos que incentivem um fluxo comercial mais equilibrado.