Brasil e China unem forças em prol da paz e do multilateralismo
Em visita oficial a Pequim na terça-feira, 13 de maio de 2025, Brasil e China assinaram duas declarações conjuntas que demonstram uma convergência de interesses na busca pela paz global e na defesa do multilateralismo. As declarações abordam temas cruciais, como a guerra na Ucrânia, as mudanças climáticas, a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e o fortalecimento de parcerias estratégicas entre os dois países. A cooperação bilateral, dessa forma, se apresenta como um importante pilar para a construção de um cenário internacional mais estável e justo.
Busca pela Paz na Ucrânia: Diálogo como solução
Uma das declarações conjuntas foca na urgente necessidade de se encontrar uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. Brasil e China expressaram apoio tanto à proposta de negociações apresentada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 10 de maio, quanto à resposta positiva do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demonstrando receptividade ao diálogo. Em outras palavras, os dois países veem o diálogo direto como o único caminho para o fim das hostilidades.
O documento conjunto destaca a importância de se buscar uma solução política duradoura e justa, que leve em consideração as raízes do conflito e que seja vinculativa para todas as partes envolvidas. A expectativa é que, em breve, as negociações se iniciem, abrindo caminho para um acordo de paz efetivo.
Multilateralismo, Sustentabilidade e a Crise no Oriente Médio
Além da questão ucraniana, a segunda declaração conjunta abrange uma gama mais ampla de temas, reforçando o compromisso de ambos os países com o multilateralismo e a sustentabilidade. Nesse sentido, a declaração também endossa a busca por paz e estabilidade no Oriente Médio, incluindo o apoio ao Plano de Recuperação, Reconstrução e Desenvolvimento de Gaza, aprovado pela Liga dos Estados Árabes em março de 2025.
A comunidade internacional é instada a promover a implementação contínua do acordo de cessar-fogo em Gaza, aliviando a crise humanitária e buscando um encaminhamento definitivo para o conflito israelo-palestino. O documento reitera o apoio à solução de dois Estados, com um Estado palestino independente e viável, coexistindo pacificamente com Israel, nas fronteiras de 1967, incluindo Jerusalém Oriental como sua capital. Vale destacar o repúdio veemente ao terrorismo e a todos os atos de violência.
Reforma da ONU e a Posição em relação à China
A reforma do Conselho de Segurança da ONU também é um ponto crucial da declaração. A proposta visa a tornar a organização mais democrática e representativa, incluindo maior participação de países em desenvolvimento. A China destacou a importância da influência brasileira em assuntos internacionais e expressou apoio à aspiração brasileira de um papel mais proeminente na ONU, inclusive no Conselho de Segurança. Por outro lado, o Brasil reafirmou seu compromisso com o princípio de “uma só China”, reconhecendo Taiwan como parte inalienável do território chinês e manifestando apoio aos esforços chineses para a reunificação nacional pacífica.
Combate ao Protecionismo e Desenvolvimento Humano
As declarações conjuntas também criticam o protecionismo e as guerras tarifárias, defendendo um sistema comercial mais justo e equitativo. A cooperação entre os países do Sul Global é incentivada, com foco em temas de desenvolvimento humano, como a redução da pobreza, a melhoria da educação e da saúde e o desenvolvimento sustentável.
Finalmente, a parceria entre Brasil e China abrange diversas áreas, incluindo infraestrutura, saúde, inteligência artificial, ciência, tecnologia, meio ambiente e energias renováveis. A cooperação na área agrícola, com foco na inovação tecnológica, e a defesa de uma governança global no ciberespaço, combatendo a desinformação, também foram pontos relevantes nas declarações.
Em conclusão, a visita oficial do Brasil à China resultou em declarações conjuntas que demonstram uma forte aliança em prol de um mundo mais pacífico, justo e sustentável, reforçando a cooperação bilateral em diversas áreas estratégicas.