Brasil e China consolidaram sua robusta parceria econômica e diplomática em São Paulo, com a realização do 2º Fórum de Cooperação Financeira. Este evento crucial, ocorrido na terça-feira (16), preparou o terreno para aprofundar os laços bilaterais e explorar novas avenidas para transações comerciais utilizando moedas locais, uma iniciativa que pode redefinir o panorama financeiro entre as duas potências globais. Além disso, a agenda prevê uma 11ª Reunião da Subcomissão Econômico-Financeira Brasil-China para esta quarta-feira (17), reforçando o compromisso mútuo em fortalecer a colaboração. Esta subcomissão é parte integrante da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), evidenciando a importância estratégica do diálogo.
Diálogo Estratégico e Financiamento Sustentável
Os representantes dos governos brasileiro e chinês reuniram-se na capital paulista com um objetivo claro: fornecer diretrizes e subsídios para a agenda governamental de ambos os países. Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e líder da delegação brasileira, enfatizou a importância destes encontros. Ela destacou que a intenção principal é intensificar o diálogo bilateral, promovendo um conhecimento mais aprofundado sobre os respectivos mercados financeiros.
Conforme Rosito, o trabalho está estruturado para explorar plenamente as potencialidades de cada economia, o que, por sua vez, visa ampliar significativamente a conectividade financeira entre Brasil e China. Um foco primordial reside na mobilização de recursos do setor privado para o financiamento de iniciativas sustentáveis, um pilar fundamental para o desenvolvimento conjunto. Adicionalmente, o evento serve como uma plataforma vital para os governos ouvirem diretamente o setor privado. Essa interação direta permite identificar as prioridades, desafios e potenciais parcerias que podem ser catalisadas. Assim, os governos podem atuar como facilitadores, ampliando e dinamizando a cooperação financeira bilateral.
Expansão Financeira com Moedas Locais
Aprofundar as relações financeiras representa a nova fronteira para o desenvolvimento dos laços entre Brasil e China, segundo o embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil China (CEBC). Ele salientou que, apesar dos fortes laços comerciais e de investimento já existentes entre os dois países, as conexões financeiras ainda se mostram limitadas. Portanto, há um vasto potencial a ser explorado nesse domínio.
Em seguida, o embaixador Neves destacou o progresso alcançado na facilitação das transações em moedas locais. Esta iniciativa possui um potencial transformador, uma vez que pode reduzir substancialmente os custos operacionais e, ao mesmo tempo, mitigar os riscos cambiais inerentes às trocas internacionais. Além disso, a expansão do uso de moedas locais fortalece os vínculos financeiros diretos entre as empresas de ambos os países, impulsionando a autonomia e a eficiência em suas operações. Dessa forma, a medida não apenas simplifica as transações, mas também consolida uma base financeira mais estável e previsível.
Representação Institucional Abrangente
As delegações presentes nos encontros refletiram a amplitude do engajamento bilateral, contando com a participação de diversas entidades governamentais estratégicas de ambos os lados. Pelo Brasil, a comitiva incluiu representantes de ministérios-chave, como o das Relações Exteriores, da Agricultura e Pecuária, e da Casa Civil. Além disso, estiveram presentes especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, da Superintendência de Seguros Privados (Susep), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esta composição diversificada sublinha a abordagem multifacetada do Brasil para a cooperação.
Por outro lado, a delegação chinesa demonstrou igual peso institucional. Integraram a comitiva diplomatas do Ministério das Relações Exteriores, autoridades da Administração Nacional de Regulação Financeira e da Comissão de Regulação de Valores Mobiliários. Complementarmente, estiveram presentes representantes do Banco de Desenvolvimento da China e do Banco de Importação-Exportação da China. A presença destas instituições financeiras e reguladoras de alto escalão por parte da China reforça o objetivo comum de solidificar e expandir a infraestrutura financeira que sustenta a parceria bilateral, pavimentando o caminho para futuras colaborações e investimentos.