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Brasil apresenta novas propostas de financiamento climático e fortalece protagonismo na COP30

Presidente da COP30, André Corrêa do Lago, destaca papel do Brasil na criação de soluções financeiras inovadoras para impulsionar projetos sustentáveis.
Embaixador Andre Correa Lago, COP30
Foto: Marcelo Pereira/Fotoka/Divulgação

Brasil lidera debate sobre novas estratégias financeiras

O Brasil deu um passo importante nesta segunda-feira (31) ao propor novas formas de financiamento climático durante um evento realizado em São Paulo. O encontro reuniu lideranças do setor financeiro, representantes de governos e organizações da sociedade civil.

André Corrêa do Lago, presidente da COP30 e embaixador do Brasil, destacou que financiar a “agenda de ação” é prioridade. Ele explicou que os mecanismos atuais são insuficientes, e por isso é necessário inovar.

O evento Soluções Baseadas na Natureza: Oportunidades de Escala e Perspectivas de Financiamento aconteceu com apoio do Nature Investment Lab (NIL), criado em 2024 para desenvolver soluções replicáveis em projetos sustentáveis.

Novas fontes de receita estão em estudo

Segundo Corrêa do Lago, existem propostas para taxar setores como transporte marítimo, aviação executiva e petróleo. Essas iniciativas ainda estão em discussão, mas já indicam caminhos promissores.

Ele afirmou que o objetivo é alcançar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até 2035. Para isso, será necessário olhar além dos mecanismos tradicionais e buscar alternativas ousadas.

“O Brasil está ajudando a encontrar essas soluções”, disse o embaixador. “E precisamos que todos os setores participem desse esforço coletivo.”

Implementar é tão importante quanto negociar

O presidente da COP30 ressaltou que os acordos internacionais, como o Acordo de Paris, são fundamentais. No entanto, ele alertou que sua implementação depende de ações coordenadas entre governos, bancos e empresas.

Portanto, o papel de instituições financeiras multilaterais, como o FMI, será essencial para que os compromissos saiam do papel. Além disso, os governos locais e o setor privado precisam estar engajados.

“A COP30 terá uma parte formal, mas os verdadeiros agentes de mudança estão fora das negociações. E o Brasil pode liderar esse movimento”, explicou Corrêa do Lago.

Iniciativa brasileira serve de modelo para outros países

O evento também reforçou o potencial do Brasil em inspirar outras nações em desenvolvimento. Isso porque o país já constrói modelos inovadores que podem ser aplicados globalmente.

O Nature Investment Lab, por exemplo, atua para superar barreiras jurídicas e financeiras. Assim, ele viabiliza projetos sustentáveis com impacto direto nas comunidades e no meio ambiente.

“Há muita esperança no que está sendo feito no Brasil. E essas soluções podem servir de exemplo em contextos ainda mais desafiadores”, concluiu o embaixador.