Guilherme Boulos assumiu o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República com uma clara missão: “colocar o governo na rua”. Essa designação implica um esforço contínuo para ouvir as demandas populares e, ao mesmo tempo, apresentar as realizações da gestão diretamente à população em todo o território nacional.
A Missão e o Novo Ministro
Após ser convidado para integrar o Executivo, Guilherme Boulos, eleito deputado federal pelo PSOL de São Paulo com expressiva votação superior a 1 milhão de votos, utilizou as redes sociais para expressar sua gratidão. Conforme sua declaração, sua prioridade será auxiliar o presidente a aproximar o governo da sociedade, assegurando que as ações governamentais cheguem aos cidadãos e que suas necessidades sejam ouvidas em cada estado do Brasil.
Além disso, Boulos enfatizou que sua vivência e aprendizado nos movimentos sociais brasileiros constituem sua “grande escola de vida e de luta”. Posteriormente, ele afirmou que levaria essa experiência valiosa para o Palácio do Planalto, garantindo que a confiança depositada pelo presidente seria retribuída com intenso trabalho. Ele assume a pasta sucedendo Márcio Macêdo, marcando uma transição importante na estrutura governamental.
Atribuições da Secretaria-Geral
No comando da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos desempenhará um papel fundamental de suporte ao presidente em suas diversas atribuições. A função central do novo ministro, portanto, será a articulação e o diálogo constante com a sociedade civil. Isso inclui, primordialmente, interagir com os movimentos sociais, organizações não governamentais (ONGs), entidades de classe e, notavelmente, a juventude, fortalecendo a ponte entre o governo e os diferentes setores sociais.
Trajetória de Guilherme Boulos
Com 43 anos de idade, Guilherme Boulos construiu uma trajetória política profundamente enraizada no ativismo urbano. Seus principais desafios nesta nova posição envolvem a complexa articulação política entre o Palácio do Planalto, os movimentos sociais e a sociedade civil. Nascido em São Paulo, na região de Pinheiros, em 19 de junho de 1982, Boulos é o filho caçula de Maria Ivete e Marcos Guilherme Boulos, ambos médicos infectologistas e professores universitários.
Seus primeiros anos de estudo se deram em escolas particulares. Entretanto, durante o ensino médio, ele solicitou aos pais a transferência para uma instituição de ensino pública, revelando um precoce interesse em realidades sociais distintas. Aos 15 anos, sua paixão pela política o impulsionou a ingressar no movimento estudantil. Posteriormente, na Escola Estadual Fernão Dias Paes, ele fundou um grêmio estudantil, participou ativamente de protestos contra a direção e dedicou-se a trabalhos de alfabetização de jovens e adultos em comunidades da capital paulista.
Em 2000, Boulos ingressou no curso de Filosofia na Universidade de São Paulo (USP). Complementou sua formação com especialização em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e obteve o título de mestre em psiquiatria, também pela USP. Profissionalmente, ele atuou como professor da rede pública e consolidou-se como escritor, publicando obras significativas como “Por que ocupamos?”, “De que lado você está?” e “Sem Medo do Futuro”.
Do MTST à Política Nacional
Aos 19 anos, Boulos deu um passo decisivo em sua vida ao mudar-se para uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Aliás, ele se tornaria uma de suas principais lideranças, dedicando décadas à incansável luta por moradia digna e reforma urbana. Foi nesse contexto que conheceu sua companheira, Natália Szermeta, com quem teve duas filhas, Sofia e Laura.
Filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Boulos ganhou projeção nacional ao se candidatar à Presidência da República em 2018, com apenas 35 anos. Mais tarde, ele concorreu por duas vezes à prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2020 e 2024, demonstrando sua persistência na arena política. Contudo, seu ápice eleitoral veio em 2022, quando foi eleito deputado federal com mais de 1 milhão de votos. Esse resultado não apenas o consagrou como o candidato mais votado de São Paulo, mas também como o segundo mais votado em todo o país, solidificando sua posição como uma figura proeminente na política brasileira.