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Bolsonaro tem até 6ª para explicar asilo; Moraes cita risco de fuga

Bolsonaro tem até sexta (22) para explicar a Alexandre de Moraes o pedido de asilo político encontrado pela PF. O ministro citou risco de fuga e descumprimento de cautelares.
Asilo político Bolsonaro
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro tem até as 20h34 desta sexta-feira (22) para apresentar explicações detalhadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acerca de um pedido de asilo político. Este documento foi descoberto pela Polícia Federal (PF) no aparelho celular de Bolsonaro durante investigações. Moraes, relator do caso, expressou sérias preocupações, mencionando um potencial risco de fuga do país e o reiterado descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas ao ex-presidente.

Prazo Final e Justificativas do Ministro

O prazo de 48 horas para a manifestação da defesa teve início após a intimação dos advogados, concedido na última quarta-feira (20). O ministro Alexandre de Moraes fundamentou sua decisão na necessidade de esclarecer a existência de um comprovado risco de fuga. Além disso, Moraes destacou a persistência de condutas ilícitas e o descumprimento contínuo das cautelares que, por exemplo, proíbem Bolsonaro de utilizar as redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros. A gravidade da situação levou o magistrado a exigir uma pronta resposta da equipe jurídica.

Em sua determinação, Moraes foi enfático. Ele intimou a defesa de Jair Bolsonaro para que, no prazo estipulado, fornecesse esclarecimentos sobre os “reiterados descumprimentos das medidas cautelares impostas, a reiteração das condutas ilícitas e a existência de comprovado risco de fuga”. Portanto, a urgência da situação é inquestionável, e a resposta da defesa é crucial para os próximos desdobramentos do processo. Neste contexto, o não cumprimento pode acarretar consequências ainda mais sérias para o ex-presidente.

O Documento de Asilo e Outras Alegações

A Polícia Federal encontrou o polêmico documento de 33 páginas no celular do ex-presidente. Este arquivo, sem assinatura ou data, estava salvo no aparelho desde 2024 e continha uma manifestação sobre a possibilidade de solicitar asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. A descoberta ocorreu durante a elaboração de um relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em um inquérito que investiga o uso de sanções internacionais contra o Brasil. Neste cenário, o documento de asilo adiciona uma nova camada de complexidade às acusações já existentes, reforçando a base das preocupações de Moraes.

Adicionalmente, o ministro do STF apontou outras infrações que contribuem para o quadro de descumprimento judicial. Por exemplo, ele citou o contato estabelecido pelo general Braga Netto, ex-membro do governo Bolsonaro, mesmo após ter sido explicitamente proibido de se comunicar com o ex-presidente. Outrossim, Moraes fez menção à troca de mensagens entre Jair Bolsonaro e seus aliados, nas quais o ex-presidente supostamente orientava a publicação de postagens em diversas plataformas de redes sociais. Essas ações, segundo o ministro, representam claras violações das medidas cautelares, reforçando a percepção de persistente inobservância legal.

Próximos Passos Legais

Após receber o relatório de indiciamento elaborado pela Polícia Federal, Alexandre de Moraes encaminhou o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR). Doravante, caberá à PGR analisar todas as evidências e decidir se apresentará uma denúncia formal contra Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal. Esta etapa é fundamental, uma vez que determinará o prosseguimento ou não das acusações. A decisão da PGR é, portanto, aguardada com grande expectativa, pois ela definirá os próximos capítulos deste complexo processo judicial que envolve o ex-presidente e seus aliados, delineando o futuro de suas implicações legais.

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