Edição Brasília

Bolsonaro se reúne com oposição para discutir anistia após denúncia da PGR

Ex-presidente tenta apoio político em meio a investigações sobre tentativa de golpe de Estado
Jair Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro se reúne nesta quarta-feira (19) com deputados da oposição para discutir a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e outras estratégias políticas contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro acontece um dia após Bolsonaro ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por chefiar uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado.

Encontro com deputados da oposição

A reunião foi organizada pelo deputado Coronel Zucco (PL-RS) e acontece em um momento delicado para Bolsonaro. Com as investigações avançando no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente busca reforçar seu apoio político dentro do Congresso Nacional.

A anistia aos presos pelos atos golpistas será um dos principais temas discutidos. Parlamentares da oposição alegam que algumas penas são desproporcionais e pretendem pressionar o STF e o Congresso para revisar as condenações.

“Uma pessoa que passou um batom numa vidraça não pode ter pena maior que um assassino”, argumentou Coronel Zucco, criticando a severidade das sentenças.

Além disso, advogados ligados à oposição também planejam entrar com recursos no STF para contestar as punições impostas aos envolvidos nos atos antidemocráticos.

Bolsonaro e a estratégia política

Mesmo diante da denúncia formal da PGR, Bolsonaro nega qualquer preocupação com o processo e aposta no apoio da oposição para manter sua relevância política. O ex-presidente busca organizar uma estratégia para enfraquecer o governo Lula e mostrar suas fragilidades à opinião pública.

Os aliados de Bolsonaro acreditam que a reunião desta quarta-feira pode ser um ponto de partida para mobilizações contra o governo e o STF. A oposição pretende reforçar sua atuação no Congresso e tentar aprovar um projeto de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro.

No entanto, Bolsonaro enfrenta um cenário jurídico cada vez mais difícil. Caso o STF aceite a denúncia, ele poderá se tornar réu e responder formalmente pelos crimes apontados pela Polícia Federal e pela PGR.

Riscos jurídicos e possíveis consequências

A denúncia da PGR acusa Bolsonaro de ser o líder de uma organização criminosa que atuou para impedir a posse de Lula, inclusive com a elaboração de uma minuta de golpe de Estado.

As investigações apontam que Bolsonaro e seus aliados tentaram mobilizar militares e membros das forças de segurança para contestar o resultado das eleições de 2022. Além disso, há indícios de que o grupo planejou prender ministros do STF e até mesmo o presidente eleito Lula.

Se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar penas severas, que incluem prisão e a perda dos direitos políticos. No entanto, sua estratégia atual é manter-se ativo politicamente, apostando no apoio da oposição e no desgaste do governo atual.

Próximos passos da denúncia

Agora, o STF analisará a denúncia e decidirá se Bolsonaro se tornará réu. Caso a Corte aceite o processo, ele passará por uma fase de instrução, que inclui a coleta de provas e depoimentos de testemunhas.

Enquanto isso, Bolsonaro e seus aliados continuarão buscando apoio no Congresso para tentar reverter sua situação. A reunião desta quarta-feira pode ser apenas o início de uma nova fase da oposição, que tentará frear o avanço das investigações e reforçar sua base política.

O desfecho desse caso terá grande impacto na política brasileira, podendo definir o futuro do ex-presidente e de seus aliados no cenário nacional.