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Bolsonaro não está bem e não acompanhará julgamento no STF, diz defesa

Advogado de Bolsonaro diz que ex-presidente não acompanhará seu julgamento no STF, nesta terça, por problemas de saúde, onde é acusado de tentativa de golpe.
Bolsonaro saúde julgamento STF
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agênci

O ex-presidente Jair Bolsonaro não comparecerá ao seu julgamento crucial no Supremo Tribunal Federal (STF), que teve início nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, conforme informou seu advogado, Celso Vilardi. O motivo para a ausência, segundo a defesa, são problemas de saúde que o ex-mandatário estaria enfrentando, impedindo-o de acompanhar o processo em que é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado.

A Defesa e a Ausência do Ex-Presidente

Ao chegar para o primeiro dia de audiências no Supremo Tribunal Federal, o advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa de Jair Bolsonaro na acusação de orquestrar uma trama golpista, declarou que apresentará uma argumentação “verdadeira, baseada em pontos jurídicos”. Inicialmente, o ex-presidente havia manifestado o desejo de acompanhar as sessões presencialmente. No entanto, segundo Vilardi, Bolsonaro “não está bem” de saúde, o que o levou a reconsiderar e desistir da ideia de comparecer. O defensor, por sua vez, optou por não fornecer detalhes específicos sobre as dificuldades médicas que acometem seu cliente.

O Início do Julgamento Crucial no STF

O julgamento contra Jair Bolsonaro e outros sete ex-auxiliares, acusados de tentativa de golpe de Estado e mais quatro crimes graves, começou oficialmente nesta terça-feira. A sessão inaugural contou com a leitura de um resumo detalhado do caso pelo ministro relator, Alexandre de Moraes, marcando o pontapé inicial de um dos processos mais aguardados da história recente do país. Em suma, o processo busca esclarecer a participação dos envolvidos na alegada trama para subverter a ordem democrática brasileira. Para quem deseja acompanhar os desdobramentos, é possível acompanhar o julgamento em tempo real.

Acusados e as Implicações Jurídicas

Além do ex-presidente, a lista de réus inclui figuras proeminentes do seu governo e aliados. Entre os envolvidos, figuram: Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022; e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Todos eles enfrentam acusações de diversos crimes. Ademais, os crimes imputados aos réus são: liderar ou integrar organização criminosa armada; atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado por violência e grave ameaça; e deterioração de patrimônio tombado. Consequentemente, as penas somadas para essas infrações podem exceder 40 anos de prisão, refletindo a gravidade das acusações.

A Exceção no Caso de Alexandre Ramagem

Entretanto, o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, figura como uma exceção no rol de acusados. Beneficiado por uma suspensão parcial das acusações, ele responderá a apenas três dos cinco crimes inicialmente imputados. Esta possibilidade de suspensão de parte das acusações está expressamente prevista na Constituição, conferindo-lhe uma situação jurídica distinta em comparação aos demais réus. Por conseguinte, a análise de seu caso terá nuances próprias, em virtude de sua posição e das previsões legais aplicáveis.

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