O Banco Central do Brasil (BC) anunciou a liquidação extrajudicial da Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, uma medida que inclui o congelamento dos bens de seus administradores e controladores. Essa decisão ocorre subsequentemente à prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, detido no contexto da Operação Compliance Zero.
Ação do Banco Central e Liquidação da Master Corretora
A saber, o Banco Central formalizou essa intervenção por meio do Comunicado nº 44238, disponível em seu portal oficial. Este documento estabelece a EFB Regimes Especiais de Empresas como a liquidante extrajudicial, conferindo-lhe amplos poderes para administrar e representar a sociedade. Consequentemente, Eduardo Felix Bianchini foi designado como o responsável técnico por este processo.
O comunicado do BC igualmente orienta que quaisquer informações relativas à existência de bens ou valores registrados em nome da Master S/A Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários devem ser comunicadas diretamente ao liquidante extrajudicial. Essa instrução visa garantir a transparência e a efetividade do processo de liquidação, assegurando que todos os ativos sejam devidamente identificados e administrados conforme a lei.
Conexão com a Operação Compliance Zero e a Prisão de Daniel Vorcaro
A medida drástica adotada pelo Banco Central está diretamente atrelada à Operação Compliance Zero, uma investigação que culminou na prisão de Daniel Vorcaro. O empresário, conhecido por ser o dono do Banco Master, foi detido em Guarulhos, São Paulo, e atualmente encontra-se sob custódia na Superintendência da Polícia Federal, na capital paulista.
Em virtude disso, a prisão de Vorcaro ocorreu um dia após a aquisição de seu empreendimento pela Fictor Holding Financeira. De acordo com as informações divulgadas pelos investigadores, a Operação Compliance Zero foi deflagrada com o objetivo primordial de combater a emissão de títulos de crédito falsos por parte de instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional. Nesse sentido, a ação policial visou desmantelar um esquema que compromete a integridade e a confiança no mercado financeiro brasileiro.
Além disso, a operação mobilizou forças em diferentes estados do país, cumprindo diversos mandados judiciais. Foram executados mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e um total de 25 mandados de busca e apreensão. Estas ações foram realizadas em localidades estratégicas como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, demonstrando a abrangência da investigação.
Bens Indisponíveis: Controladores e Ex-Administradores da Master Corretora
Finalmente, o comunicado emitido pelo Banco Central não se limitou à liquidação da corretora e à menção da prisão de Vorcaro. O documento também decretou a indisponibilidade dos bens de diversos controladores e ex-administradores do grupo. Esta ação visa resguardar ativos e garantir que responsabilidades sejam apuradas, em um esforço para proteger o sistema financeiro.
Entre os controladores cujos bens foram tornados indisponíveis, estão a Master Holding Financeira S.A. (CNPJ 54.331.263/0001-02), a 133 Investimentos e Participações Ltda (CNPJ 31.093.039/0001-24), além dos indivíduos Armando Miguel Gallo Neto (CPF 128.207.668-03), Daniel Bueno Vorcaro (CPF 062.098.326-44) e Felipe Wallace Simonsen (CPF 180.471.708-80). Essa lista abrange tanto entidades corporativas quanto pessoas físicas diretamente ligadas à gestão e controle da Master Corretora.
Similarmente, a medida de indisponibilidade de bens se estende a ex-administradores da instituição. São eles: Angelo Antonio Ribeiro da Silva (CPF 013.529.807-54), José Ricardo de Queiroz Pereira (CPF 866.978.117-49), Luiz Antonio Bull (CPF 964.812.268-72), Reinaldo Hossepian Salles Lima (CPF 022.622.048-61) e Vinicius da Silva Pinto (CPF 315.706.708-70). A inclusão desses nomes ressalta a amplitude da investigação e a busca por accountability em todas as esferas de gestão da corretora.



