Edição Brasília

BC bloqueará chaves Pix de golpes e fraudes a partir de sábado

A partir deste sábado (4), o Banco Central bloqueará chaves Pix identificadas em golpes e fraudes para fortalecer a segurança do sistema de transferências instantâneas.
Bloqueio Pix fraudes
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

A partir deste sábado, dia 4, o Banco Central do Brasil introduzirá uma medida crucial para intensificar a segurança do Pix, seu sistema de transferências instantâneas. Esta nova regra permitirá o bloqueio de chaves Pix que forem identificadas em incidentes de golpes e fraudes, fortalecendo a proteção contra atividades criminosas no ambiente digital.

Detalhamento da Nova Medida

O processo de bloqueio será iniciado a partir de informações reportadas pelas próprias instituições financeiras que fazem parte do ecossistema Pix. Consequentemente, as chaves que forem sinalizadas como envolvidas em práticas ilícitas serão submetidas a esta nova regulamentação. O propósito fundamental do Banco Central com esta decisão é, de fato, aprimorar a robustez e a confiabilidade do Pix, que se consolidou rapidamente como um dos principais meios de pagamento no país.

Esta importante atualização foi anunciada durante a mais recente reunião do Fórum Pix, um comitê consultivo permanente. Este fórum, que engloba a participação de cerca de 300 representantes do setor financeiro e da sociedade civil, desempenha um papel estratégico. Ele subsidia o Banco Central na definição das diretrizes e dos procedimentos que regulamentam o funcionamento do sistema de transferências rápidas. Portanto, a decisão reflete um esforço conjunto e uma análise aprofundada dos desafios de segurança.

Reforço Contínuo Contra Movimentações Suspeitas

A implementação do bloqueio de chaves Pix complementa uma série de outras iniciativas preventivas que foram anunciadas nas últimas semanas, todas elas focadas no combate a golpes e fraudes dentro do sistema. Por exemplo, no início de setembro, o Banco Central já havia estabelecido um teto de R$ 15 mil para transferências via Pix e TED destinadas a instituições de pagamento que não possuem autorização da autarquia para conceder empréstimos, mesmo que permitam a movimentação de recursos.

Adicionalmente, esta medida específica surgiu após a conclusão de três grandes operações policiais direcionadas à lavagem de dinheiro por organizações criminosas: Carbono Oculto, Quasar e Tank. De acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal (PF), as investigações revelaram movimentações financeiras suspeitas que somam mais de R$ 50 bilhões, realizadas majoritariamente por intermédio de fintechs, que são as instituições financeiras digitais.

Obrigação de Recusa e Transparência na Notificação

Ainda em setembro, o Banco Central introduziu outra regulamentação de grande relevância. Como resultado, as instituições de pagamentos foram incumbidas de negar transações que se direcionassem a contas identificadas como potencialmente envolvidas em esquemas de fraude. Esta determinação estabelece um novo patamar de responsabilidade para essas entidades.

Essas instituições dispõem até 13 de outubro para assegurar a plena operacionalização dessas diretrizes. Para justificar a suspeita e, consequentemente, a recusa de uma transação, elas devem utilizar dados provenientes de sistemas eletrônicos e de diversas bases de informações, tanto públicas quanto privadas. Além disso, quando uma transferência é rejeitada por esses critérios, o titular da conta que receberia o dinheiro deve ser prontamente informado pela instituição onde possui sua conta, garantindo a devida transparência ao processo.

A Contestação ao Alcance do Usuário

Finalmente, desde a última quarta-feira, dia 1º de outubro, o Banco Central tornou obrigatório que todas as instituições financeiras ofereçam, em seus aplicativos, um botão específico para a contestação de transações Pix. Essa funcionalidade representa um avanço considerável na experiência do usuário.

Com efeito, esta medida digitalizou por completo o atendimento relacionado ao Mecanismo Especial de Devolução (MED). O MED foi instituído em 2021 com o objetivo de facilitar o ressarcimento de valores para vítimas de fraudes e golpes que envolvem o Pix. Agora, os usuários podem iniciar o procedimento de contestação de forma ágil e intuitiva diretamente de seus dispositivos móveis, o que certamente agiliza a recuperação de fundos e eleva a percepção de segurança no uso do sistema.