Cada vez mais presente em feiras e mercados, o baru conquistou o paladar dos brasileiros e de chefs internacionais. Essa castanha nativa do Cerrado é fonte natural de gorduras saudáveis, proteínas, minerais e compostos antioxidantes. Além disso, seu cultivo colabora com a preservação ambiental e gera renda para comunidades locais.
Originária do baruzeiro, árvore típica que pode chegar a 20 metros de altura, a castanha de baru contém zinco, ferro, potássio e gorduras monoinsaturadas — as mesmas do azeite de oliva. Esses nutrientes ajudam a fortalecer a imunidade, equilibrar a pressão arterial e proteger o coração.
A casca do baru é rica em compostos fenólicos, substâncias com forte ação antioxidante que combatem os radicais livres e ajudam a preservar as artérias.
Aproveitamento integral do fruto reduz desperdício e valoriza a biodiversidade
Pesquisadoras do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA) analisaram a polpa do baru — parte do fruto que normalmente é descartada. O estudo revelou alto teor de fibras, cálcio, magnésio, ferro, cobre e vitamina C.
Outro destaque foi a presença de trigonelina, composto promissor para a saúde cerebral. Segundo a nutricionista Gracieli de Miranda Monteiro, o aproveitamento total do fruto pode enriquecer receitas como pães, farofas e biscoitos, além de estimular uma cadeia produtiva mais sustentável.
Castanha-do-pará, de caju e amendoim também são excelentes opções
Outras castanhas brasileiras oferecem benefícios semelhantes. A castanha-do-pará, por exemplo, é uma das maiores fontes naturais de selênio, mineral com ação antioxidante e protetora do cérebro. O ideal é consumir até três unidades por dia.
Já a castanha-de-caju fornece gorduras saudáveis e magnésio, mineral associado ao bom humor. Pode ser usada crua, torrada ou como base para bebidas vegetais.
O amendoim, embora tecnicamente uma leguminosa, é rico em vitamina E, proteínas e fitoesteróis. Esses compostos ajudam a controlar o colesterol e proteger os vasos sanguíneos. A pasta de amendoim, por sua vez, deve ser consumida sem adição de açúcares ou conservantes.
Valorização dos alimentos nativos fortalece saúde e economia
Nutricionistas reforçam que incluir castanhas brasileiras no cardápio é uma forma inteligente de variar a alimentação, proteger o corpo e apoiar a produção local.
Segundo Gabriela Mieko Yoshimura, do Hospital Israelita Albert Einstein, alimentos como o baru agregam valor nutricional às refeições e estimulam o consumo consciente. “São ingredientes versáteis, saborosos e aliados da sustentabilidade”, afirma.
É possível consumir a castanha de baru crua, torrada, em molhos, salpicada em frutas e saladas ou até como base de receitas doces, como o tradicional pé-de-moleque goiano.