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Bancada do agronegócio avalia impacto de tarifas dos EUA sobre o Brasil

Parlamentares temem que medida aplicada ao aço e alumínio se estenda aos produtos agrícolas
Confresso Nacional
Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

A recente decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio tem causado preocupação no setor agropecuário brasileiro. Parlamentares ligados ao agronegócio avaliam a possibilidade de que essa medida se estenda também aos produtos agrícolas exportados pelo Brasil.

O deputado Pedro Lupion (PP-PR), líder da bancada do agronegócio no Congresso, afirmou que o anúncio gera apreensão, mas ressaltou que ainda é cedo para conclusões definitivas. Segundo ele, essa estratégia já foi usada pelos EUA em outras negociações e pode ser um movimento para pressionar parceiros comerciais.

Possíveis impactos para o Brasil

Os Estados Unidos são um dos principais destinos dos produtos agrícolas brasileiros. Caso as tarifas sejam ampliadas para esse setor, os impactos podem afetar diretamente as exportações nacionais, reduzindo a competitividade do Brasil no mercado internacional.

Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, ficando atrás apenas do Canadá. O setor siderúrgico já enfrenta desafios devido à nova tarifação e, caso haja um impacto semelhante no agronegócio, a economia brasileira poderá sentir os efeitos de uma redução na demanda americana.

Reação do setor e do Congresso

A bancada do agronegócio acompanha de perto os desdobramentos da medida e avalia possíveis estratégias para evitar prejuízos ao setor. Embora o grupo seja apartidário, há uma forte ligação com setores políticos que apoiam políticas comerciais mais abertas e favoráveis ao Brasil.

A decisão americana afeta não apenas o Brasil, mas também outros países que exportam aço e alumínio para os EUA, como Canadá, México, Coreia do Sul e Vietnã. Essa pressão comercial pode gerar impactos indiretos, como ajustes na política de importação e exportação de commodities agrícolas.

Perspectivas para o comércio internacional

Especialistas indicam que a taxação sobre o aço e o alumínio pode ser apenas o primeiro passo de uma nova abordagem comercial dos Estados Unidos. O Partido Republicano, que tradicionalmente adota políticas protecionistas, pode reforçar essa tendência em negociações futuras.

Enquanto isso, o Brasil busca alternativas para manter sua competitividade no mercado externo, diversificando parceiros comerciais e fortalecendo acordos com outras potências econômicas. A expectativa é que o governo brasileiro adote estratégias diplomáticas para evitar que novas tarifas sejam aplicadas aos produtos agrícolas nacionais.